Os homens estão fazendo tudo errado: se expõem a mais riscos no trânsito e situações de violência que as mulheres. Também fumam e bebem mais, têm mais riscos cardiovasculares, exageram na ingestão de gordura, estão com sobrepeso. Tem mais: se estressam, se deprimem, se reprimem.
E o pior: em geral, não pedem ajuda médica, psicológica, psiquiátrica ou nutricional e só o fazem quando a situação é crítica. Não à toa, os brasileiros têm vivido 7 anos e meio menos que as brasileiras e elas são a maioria da população.
Essa recusa em buscar apoio, dizem os profissionais de Saúde, é por receio de o macho parecer fraco e pelo medo de descobrir uma enfermidade. Na tentativa de reverter esse quadro, programas públicos incentivam a mudança comportamental do sexo masculino quanto ao cuidado pessoal. Uma delas é o aumento de atividades do Dia do Homem, celebrado hoje no Brasil (veja programação).
“O homem é cuidado na infância quando a mãe o leva ao médico e depois perde isso, só retomado quando está idoso. Fica sofrendo calado. Eles nem se preocupam em fazer todas as vacinas”, alerta o superintendente de Gestão da Atenção à Saúde, César Monte Serrat Titton.
Não bastasse, muitos dos que se consultam não contam todos os sintomas. Assim prejudicam o diagnóstico. “É uma geração de jovens que têm a saúde com o padrão de idosos. Têm medo de descobrir doença, acham que não vão adoecer”, fala o coordenador da divisão da saúde do homem da Secretaria de Estado da Saúde, Rubens Bendlin.
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A data
No Brasil o Dia do Homem foi proposta pela Ordem Nacional dos Escritores e é celebrada desde 1992. Em outros países, a data foi marcada para 19 de abril, adotado pela ONU m 1999. Nos dois casos, têm o propósito de chamar a atenção da sociedade para problemas e circunstâncias que possam atingir o sexo masculino.
De olho na próstata
A preocupação mais comum dos homens ainda é com a próstata. A doença mais comum na região é hiperplasia benigna da próstata (HBP) e a mais perigosa, o câncer. Nos dois casos o mais importante é a prevenção.
A HBP atinge cerca de 75% dos homens a partir dos 70 anos e o principal sintoma é a dificuldade pra urinar, causada pelo aumento benigno da próstata, que pressiona a uretra.
Muitos percebem o problema a partir dos 60 anos, com a diminuição do calibre e da força do jato urinário, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o urologista Carlos Corradi.
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Exames
O câncer de próstata, na sua fase inicial, não apresenta sintomas. Por isso, a partir dos 50 anos, é obrigatório que os homens façam exames sanguíneos e de toque retal todos os anos. “Se tiver caso na família, o paciente já deve fazer os exames aos 45 anos”, explica o urologista Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dr. Fernando Meyer.
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Evento na Boca
A Comissão de Saúde do Homem do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba (CMS,) vai realizar um grande evento na Boca Maldita, em Curitiba, pra celebrar a data. Em tendas, profissionais da área da saúde e integrantes da comissão vão orientar a população sobre o tema, e também sobre HIV/Aids, tabagismo, saúde sexual, entre outros assuntos.
Também haverá, durante toda a programação, serviços de acupuntura auricular e shiatsu expresso (um tipo de massagem). A programação ocorre entre 9h e 16h.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, elaborada em 2008 pelo Ministério da Saúde, estipula princípios e diretrizes pro tema.
Segundo o documento, “os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades, cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer. Além disso, os serviços e as estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mulher e o idoso”.
É o seguinte!
É uma verdade. O machismo faz com que o homem se sinta “muito macho” e evite cuidar o mínimo da saúde. Quem sabe com essa advertência, eles – homenageados na data de hoje – não tomem a iniciativa pra começar um novo ciclo pra uma melhor qualidade de vida.
