Dia do farmacêutico sem muita comemoração

O número de profissionais e de estabelecimentos farmacêuticos cresce a cada ano em todo país. Mas, segundo Jaldo de Souza, presidente do Conselho Federal de Farmácia não há muito o que comemorar hoje, dia do farmacêutico. Mesmo com o crescimento do campo de trabalho, Jaldo ressalta que ainda falta muito trabalho para que todo brasileiro consiga se medicar com qualidade e sem preocupações, principalmente com relação ao preço dos remédios.

Dados do Ministério da Saúde confirmam que, pelo menos 53% da população brasileira não tem acesso aos medicamentos que precisam, simplesmente porque não podem comprá-los. “É uma vergonha para um país do tamanho do Brasil, ainda acontecer tal coisa. Não interferimos no preço dos medicamentos, Quando o remédio chega na prateleira da farmácia, já está com um alto custo. E, mesmo com a chegada dos genéricos, a dificuldade ainda existe”, diz.

Outro ponto que gera polêmica há muito tempo, se refere à necessidade de receita para se conseguir um medicamento. Sem apresentar a receita médica, muitos farmacêuticos se negam a vender um determinado remédio. Para que a regra seja respeitada, o Conselho Nacional de Farmácia, em conjunto com os conselhos regionais realiza uma fiscalização em todos os estabelecimentos, que devem ter registrados pelo menos um farmacêutico. Sem a presença do profissional, uma farmácia não pode ser aberta.

“Toda farmácia, é obrigada por lei, a ter um profissional formado dentro de seu estabelecimento. Isso faz parte da legislação. Temos que transformar as farmácias em locais de saúde, e não como medicamento em mercadoria”, diz o presidente.

Gisleine Maria Machado trabalha há oito anos como farmacêutica e, desde o começo observa que a fiscalização existe e deve continuar rígida, para evitar problemas com o Conselho Regional de Farmácia. “Aqui no Paraná, o controle é severo. Não estou reclamando, pelo contrário, acredito nessa fiscalização, que só beneficia o profissional. Mas, em grande parte do país, não existe nenhum controle. Qualquer um pode abri uma farmácia, que não existe fiscalização”, alerta.

“O problema com a receita sempre existiu, e acredito que não vai parar. Se me recuso a vender um medicamento para alguém que não tenha receita, outro estabelecimento pode vender. É errado? Sim, mas atualmente o que se visa é conquistar o consumidor”, diz.Manipulação

Uma das alternativas para escapar dos altos preços dos medicamentos convencionais e que necessitam estritamente de uma receita, são as farmácias de manipulação. Elas vêm ganhando terreno no país, e em Curitiba, não é diferente. Para Andressa Corcetti, farmacêutica, além do preço menor, o atendimento ao paciente é específico, o que realmente diferencia e chama a atenção das pessoas. “O mercado têm crescido muito. Além do preço ser bem mais acessível para os pacientes, existe uma receita individual, ou seja, cada pessoa terá uma receita específica, indicada por um médico, onde estarão as doses certas que a farmácia irá preparar. Não há como não apresentar uma receita”, afirma.

Quem também destaca a novidade é a presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais – Anfarmag, Vânia Regina de Sá. Ela confirmou que apresentou uma proposta para o Ministério da Saúde, para contribuir na distribuição de medicamentos para a população. “Não somos concorrentes das grandes empresas farmacêuticas, que são responsáveis pelo medicamento público. Mas de alguma maneira podemos colaborar”, diz.

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