Mobilização em frente à sede dos Correios marcou ontem o Dia do Carteiro e dos 350 anos de fundação da empresa. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná (Sintcom-PR) entregou carta aberta aos funcionários no início da tarde de ontem alertando sobre a necessidade de valorização dos profissionais. A entidade alega que a categoria tem pouco a comemorar na data diante da falta de efetivo, das condições de trabalho nem sempre adequadas e do grande volume de horas-extras.
De acordo com Luiz Antônio Ribeiro de Souza, secretário-geral do Sintcom-PR, a empresa poderia investir na valorização dos funcionários o dinheiro que aplica em patrocínios, publicidade e na realização de shows, como de ontem à noite em Curitiba. Nando Reis e Cachorro Grande se apresentaram na Vila Capanema com entrada gratuita, como parte das comemorações da data. Os shows ocorreram também em Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Manaus. “Os Correios fazem show gratuito para a população, mas quem paga é a própria população. Nada contra o show, mas é necessária a melhoria nas condições de trabalho. Em primeiro lugar deve arrumar a casa”, argumenta Souza.
A mesma carta distribuída aos funcionários na sede dos Correios foi entregue aos espectadores do show na noite de ontem. O documento cita que “os trabalhadores esperam o show de melhores condições de trabalho, salário justo, PLR (Participação de Lucros e Rendimentos) digna, fim do assédio moral e pressão psicológica, das horas extras e dos trabalhos aos domingos”.
Correios aceitam manifestações
No ano passado, os trabalhadores dos Correios conseguiram reajuste de 6,5%. “A empresa alegou que estava no vermelho, mas pode fazer shows e investir em patrocínio. São cinco shows e não existe transparência dos custos”, comenta Luiz Antônio Ribeiro de Souza, secretário-geral do Sintcom-PR, . Segundo o sindicalista, a participação nos lucros dos Correios foi encaminhada à Justiça.
A assessoria de imprensa dos Correios informou apenas que é um direito dos trabalhadores fazer a manifestação, mas não tinha posicionamento sobre o protesto e as reivindicações.