Apesar da pouca confiança na Seleção do Felipão, brasileiro que se preza sempre faz festa, vibra e torce com vontade em Copa do Mundo. Mas dessa vez nem tudo é alegria na torcida brasileira, independente da performance de Edmílsons, Lúcios e Roques Juniores. Graças ao insano horário dos jogos na Coréia e no Japão, torcer pode até fazer mal para a saúde (e não nos referimos ao coração, que este já está acostumado). Sem falar nas potenciais brigas de vizinhos e problemas com a polícia que a algazarra boêmia tende a provocar.
Com relação aos distúrbios do sono, o psiquiatra André Astete que pessoas com uma pré-disposição a problemas como sonolência excessiva, sono agitado ou sensível, insônia freqüente ou hipertensão arterial, podem ter seus quadros agravados pela alteração da rotina de sono provocada pelos jogos de madrugada ou de manhã bem cedo. “Até quem nunca sofreu com isso, mas tem alguma tendência, pode começar a manifestar esses distúrbios”. Porém, se o torcedor-coruja tem um sono saudável, não deve sofrer grande impacto.
O psiquiatra não recomenda que os torcedores fiquem acordados até a hora do jogo. “O ideal é tentar dormir umas duas horas mais cedo do que de costume, programar o despertador para a hora do início do jogo, e completar o ciclo de sono depois da partida”. Mas ele mesmo reconhece a dificuldade para seguir essas recomendações. “É difícil, principalmente em caso de vitória do Brasil, porque as pessoas querem comemorar, e ninguém vai dormir de novo”. O médico também aconselha que o torcedor acompanhe o jogo em outro cômoda da casa, para não alterar muito o ambiente do sono. Outra dica importante é evitar o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos durante as partidas de madrugada. “Isso pode gerar dificuldades para estabilizar o sono na seqüência”, observa.
André Astete lembra que as noites mal dormidas não podem ser simplesmente repostas matematicamente. “Quem “acumula” o sono para as noites seguintes pode voltar a ter um sono inadequado nesta noite, e assim por diante, gerando um círculo vicioso”. E completa: “A falta de sono provoca perda da concentração, dor de cabeça, distúrbios digestivos e mau humor, e outros problemas mais sérios, como apnéia (interrupção da respiração), sonambulismo e insônia, caso a pessoa se habitue a dormir pouco”. Para ele, o correto é um sono de oito horas por dia, que não precisam ser necessariamente de uma só vez.
Barulho
Outro problema desta Copa é o barulho. A empolgação dos torcedores já começa a irritar os menos tolerantes. “”Segunda-feira eu acordei às 5h com o foguetório, que continuou depois do jogo””, queixou-se a administradora Maria Luiza Caldas, moradora do Batel. Ela também chamou a atenção para as famílias que têm filhos pequenos, que acordam com a algazarra e não dormem mais.
Também são vítimas da poluição sonora futebolística os pacientes internados, as mães e bebês em maternidades e os idosos, em casa e nas casas de repouso. “Contamos com a colaboração da comunidade, para que seja obedecida a Lei Municipal que determina silêncio na área hospitalar”, manifestou-se a direção do Hospital das Clínicas por intermédio da sua assessoria.
Dulcimar de Conto, diretora de planejamento do Hospital Nossa Senhora das Graças, vai mais longe: “As pessoas têm que ter consciência de que somos um hospital, que qualquer barulho maior incomoda os pacientes principalmente as crianças, idosos e pacientes das UTIs. Por isso pedimos um pouco de prudência aos nossos vizinhos e às pessoas que trafegam pelas ruas próximas, para que evitem o uso de buzinas, cornetas e fogos”. Ela chama a atenção para um detalhe curioso: “Instalamos um televisor na lanchonete, porque às vezes até as famílias dos pacientes se excedem nos quartos”.
Nas maternidades, quem sofre com o barulho são as mães convalescentes e os bebês mais sensíveis. “As pacientes que acabaram de dar à luz precisam de tranqüilidade para amamentar, e os bebês um pouco maiores acordam”, relata Simone Camargo Morais Rocco, gerente de enfermagem da Maternidade Curitiba. “Apesar da torcida ser por um motivo feliz, o barulho e os fogos causam estresse e atingem mães e crianças.”
Mas a melhor recomendação para a torcida brasileira foi feita mesmo pelo psiquiatra André Astete: “Vamos ter que esperar que a próxima Copa seja no Ocidente, para que a gente possa comemorar de novo na Avenida Batel, porque neste ponto o Mundial da Coréia e do Japão vai ser meio sem graça”. Dia de jogo do Brasil é sinônimo de “festa”
Apesar da pouca confiança na Seleção do Felipão, brasileiro que se preza sempre faz festa, vibra e torce com vontade em Copa do Mundo. Mas dessa vez nem tudo é alegria na torcida brasileira, independente da performance de Edmílsons, Lúcios e Roques Juniores. Graças ao insano horário dos jogos na Coréia e no Japão, torcer pode até fazer mal para a saúde (e não nos referimos ao coração, que este já está acostumado). Sem falar nas potenciais brigas de vizinhos e problemas com a polícia que a algazarra boêmia tende a provocar.
Com relação aos distúrbios do sono, o psiquiatra André Astete que pessoas com uma pré-disposição a problemas como sonolência excessiva, sono agitado ou sensível, insônia freqüente ou hipertensão arterial, podem ter seus quadros agravados pela alteração da rotina de sono provocada pelos jogos de madrugada ou de manhã bem cedo. “Até quem nunca sofreu com isso, mas tem alguma tendência, pode começar a manifestar esses distúrbios”. Porém, se o torcedor-coruja tem um sono saudável, não deve sofrer grande impacto.
O psiquiatra não recomenda que os torcedores fiquem acordados até a hora do jogo. “O ideal é tentar dormir umas duas horas mais cedo do que de costume, programar o despertador para a hora do início do jogo, e completar o ciclo de sono depois da partida”. Mas ele mesmo reconhece a dificuldade para seguir essas recomendações. “É difícil, principalmente em caso de vitória do Brasil, porque as pessoas querem comemorar, e ninguém vai dormir de novo”. O médico também aconselha que o torcedor acompanhe o jogo em outro cômoda da casa, para não alterar muito o ambiente do sono. Outra dica importante é evitar o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos durante as partidas de madrugada. “Isso pode gerar dificuldades para estabilizar o sono na seqüência”, observa.
André Astete lembra que as noites mal dormidas não podem ser simplesmente repostas matematicamente. “Quem “acumula” o sono para as noites seguintes pode voltar a ter um sono inadequado nesta noite, e assim por diante, gerando um círculo vicioso”. E completa: “A falta de sono provoca perda da concentração, dor de cabeça, distúrbios digestivos e mau humor, e outros problemas mais sérios, como apnéia (interrupção da respiração), sonambulismo e insônia, caso a pessoa se habitue a dormir pouco”. Para ele, o correto é um sono de oito horas por dia, que não precisam ser necessariamente de uma só vez.
Barulho
Outro problema desta Copa é o barulho. A empolgação dos torcedores já começa a irritar os menos tolerantes. “”Segunda-feira eu acordei às 5h com o foguetório, que continuou depois do jogo””, queixou-se a administradora Maria Luiza Caldas, moradora do Batel. Ela também chamou a atenção para as famílias que têm filhos pequenos, que acordam com a algazarra e não dormem mais.
Também são vítimas da poluição sonora futebolística os pacientes internados, as mães e bebês em maternidades e os idosos, em casa e nas casas de repouso. “Contamos com a colaboração da comunidade, para que seja obedecida a Lei Municipal que determina silêncio na área hospitalar”, manifestou-se a direção do Hospital das Clínicas por intermédio da sua assessoria.
Dulcimar de Conto, diretora de planejamento do Hospital Nossa Senhora das Graças, vai mais longe: “As pessoas têm que ter consciência de que somos um hospital, que qualquer barulho maior incomoda os pacientes principalmente as crianças, idosos e pacientes das UTIs. Por isso pedimos um pouco de prudência aos nossos vizinhos e às pessoas que trafegam pelas ruas próximas, para que evitem o uso de buzinas, cornetas e fogos”. Ela chama a atenção para um detalhe curioso: “Instalamos um televisor na lanchonete, porque às vezes até as famílias dos pacientes se excedem nos quartos”.
Nas maternidades, quem sofre com o barulho são as mães convalescentes e os bebês mais sensíveis. “As pacientes que acabaram de dar à luz precisam de tranqüilidade para amamentar, e os bebês um pouco maiores acordam”, relata Simone Camargo Morais Rocco, gerente de enfermagem da Maternidade Curitiba. “Apesar da torcida ser por um motivo feliz, o barulho e os fogos causam estresse e atingem mães e crianças.”
Mas a melhor recomendação para a torcida brasileira foi feita mesmo pelo psiquiatra André Astete: “Vamos ter que esperar que a próxima Copa seja no Ocidente, para que a gente possa comemorar de novo na Avenida Batel, porque neste ponto o Mundial da Coréia e do Japão vai ser meio sem graça”.
O lado curioso da Copa
Curitiba tem dois torcedores ilustres da Seleção Brasileira, embora nenhum deles seja originalmente brasileiro: a réplica da Estátua da Liberdade, que fica na loja Havan Tecidos da BR-116, na altura do viaduto da Avenida Marechal Floriano, e a do Davi de Michelângelo, que guarda a entrada do Caffé Maria, na Rua Padre Agostinho, no Bigorrilho. Os dois monumentos envergam gigantescas camisas verde e amarelas, como se fossem grandes entusiastas do futebol canarinho.
“Só o apoio como torcedor e a confiança no pentacampeonato não estavam sendo suficientes, por isso foi preciso vestir o Davi com a camisa da Seleção para entrar no clima verde-amarelo”, resume Éder Fernandes, proprietário do Caffé Maria. (LP)