Quase metade da população de Curitiba reside nos dez bairros mais populosos da cidade. A informação faz parte de uma pesquisa apresentada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
Além de um novo guia de mapas e índices de ruas da capital, o órgão apresentou o livro Bairros de Curitiba 2007, um estudo detalhado sobre o perfil populacional de cada bairro da capital.
O último levantamento disponível sobre a população de Curitiba havia sido divulgado há oito anos, com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De lá para cá, o IBGE restringiu as pesquisas em localidades com população inferior a 170 mil habitantes.
Com isso, segundo o presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto, Curitiba ficou sem informações importantes para fazer a avaliação dos processos de ocupação urbana. ?Como não havia dados atualizados e precisávamos de algo novo, o Ippuc foi a campo. É preciso conhecer profundamente a cidade para fazer planejamento?, afirma. ?Esse estudo também é importante porque estamos procurando o futuro. A estrutura da cidade deve ser moldada conforme a proporção da população de cada bairro.?
O trabalho, realizado em parceria com outras secretarias do município, é resultado de uma pesquisa aprofundada da população dos 75 bairros da cidade. De acordo com Canto Neto, com a atualização dos dados, é possível identificar quais os bairros que apresentam maior crescimento. ?Com esse conhecimento, os recursos podem ser melhor direcionados, de acordo com a necessidade de cada região?, diz.
Canto Neto ressalta que, em média, o crescimento da população da capital é de 1,62% por ano. ?Alguns bairros se destacam pela concentração populacional. Na CIC (Cidade Industrial de Curitiba), no Sítio Cercado e no Cajuru, por exemplo, moram mais de 100 mil habitantes em cada um deles?, conta. Já em outros, como o Centro e o Batel, o crescimento registrado está abaixo da média da cidade.
Mapa
O destaque da edição 2008 do Mapa e Índice de Ruas e Loteamentos de Curitiba fica por conta das ruas e praças que não estão oficialmente catalogadas, já que nos índices anteriores não havia logradouros homologados.
?Existem ruas que os moradores conhecem e que não eram relacionados nos antigos índices. O guia também pode ajudar desde moradores que antes não recebiam serviços de entregas até taxistas que têm dificuldades para achar determinados endereços?, afirma Canto Neto. O guia também traz equipamentos públicos de relevância para a população, como bosques, cemitérios e shoppings.