A partir do mês de setembro, o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) deve iniciar a implantação de um sistema biométrico para avaliação do controle de freqüência de alunos nos Centros de Formação de Condutores (CFCs).
Com isso, alunos e instrutores terão que se identificar em cada aula, na entrada e na saída, através de suas impressões digitais. A medida pode significar um aumento expressivo no custo do processo de habilitação.
A idéia, que partiu dos proprietários das CFCs, quer fazer com que o aluno efetue integralmente as aulas exigidas pela legislação. Inicialmente, o sistema deve ser implantado em caráter experimental em uma Ciretran, provavelmente em Araucária, e em seguida deve ser estendido para todo o Paraná.
Para alguns proprietários de CFCs, alguns alunos não acham necessário fazer todas as aulas. Segundo Olga Zanoni, proprietária de CFC, além de moralizar o setor a medida deve qualificar o condutor. “A biometria vai trazer o cumprimento da legislação e as escolas não conseguirão mais negligenciar as aulas”, afirma.
Segundo a empresária, o custo para conceder treinamento e dar processo às habilitação, para a categoria B, gira em torno de R$ 720. Contudo, questiona o fato de alguns centros praticarem valores bem abaixo da realidade do mercado.
Para o especialista em trânsito, Alessandro Coelho Martins, algumas escolas diminuem o custo operacional porque não cumprem a carga horária mínima exigidas de 30 horas teóricas e 15 aulas de 50 minutos de prática.
Segundo Martins, algumas CFCs chegam a cobrar R$ 300 pelo serviço. Para ele, a biometria deve contribuir para a diminuição dos acidentes de trânsito. “Vamos evitar o risco de colocar na rua pessoas que não estão capacitadas a dirigir.”
O diretor geral do Detran-PR, David Antônio Pancotti, ressalta que o Paraná vai contar com o único sistema integrado público do País. O sistema deve unificar dados do registro civil e do Detran.
Segundo Pancotti, a medida deve significar uma economia de cerca de 80% dos R$ 10 milhões anuais que hoje são gastos com a terceirização da biometria. Já os CFCs terão que adquirir o equipamento biométrico, a um custo que varia de R$ 1,2 mil a R$ 1,5 mil.