O governador Roberto ontem não renovar convênio com a Prefeitura de Curitiba, pelo qual o Detran recebia as multas dos radares eletrônicos instalados na capital. “A Prefeitura está colocando esses equipamentos com uma visão fiscal arrecadadora. Não são instrumentos para educar, são armadilhas para os motoristas”, analisou Requião, ressaltando a grande quantidade de radares já funcionando e em vias de ser instalada.
Para Requião, “o interesse do governo do Estado é não compactuar com a chamada ‘indústria das multas’. O radar e a lombada eletrônicos são interessantes do ponto de vista educativo, mas, em Curitiba, são usados sem critério e sem discussão, o que não atende ao objetivo de educar a população”. Para ele, a decisão pode ser revista, desde que o uso dos equipamento seja disciplinado e racionalizado.
Com a proximidade das eleições municipais, vários candidatos à Prefeitura de Curitiba têm se posicionado contra o atual sistema de multas eletrônicas. “Quero saber o que pensa a população e, em uma discussão transparente, definir um sistema racional de utilização dos radares”, disse. “Não sou contra os radares, desde que usados de forma pedagógica para o motorista. Sou contra a indústria das multas, que busca apenas a arrecadação”, afirmou Requião.
Com o fim do convênio, o Detran passa a não cobrar as multas originadas pelos radares a não ser que se estabeleça com a população um diálogo para esclarecer essa questão e se chegue a um denominador comum. “O governo não vai trabalhar a favor da indústria das multas e nem concorda com a política de multa da Prefeitura de Curitiba. É deplorável que, em fim de mandato, o prefeito instale mais pontos de radares e, assim, aumente a despesa para o próximo prefeito, com a contratação da empresa terceirizada, responsável pelos equipamentos”, finalizou.
Novos radares a partir de Segunda
Entram em operação na próxima segunda-feira 45 novos radares que, somados aos 65 equipamentos que já estavam em funcionamento, ampliam a fiscalização para que o motorista respeite o limite de velocidade nas ruas de Curitiba. Na maioria das vias este limite é de 60 km/h. Nas Avenidas Comendador Franco e na Mascarenhas de Moraes o limite de velocidade é de 70 km/h.
Além de registrar a imagem dos motoristas que trafegam acima da velocidade permitida, o que é infração grave e gravíssima prevista no Código de Trânsito Brasileiro, o novo radar, mais moderno do que os antigos equipamentos, tem recursos que vão melhorar o planejamento viário e de segurança no trânsito.
Dados reais quanto ao volume de tráfego, tipo de veículo, horário de maior movimento, velocidade média praticada na via são algumas das informações que estarão disponíveis a partir de agora.
Os novos radares funcionarão dia e noite e, futuramente, poderão auxiliar no combate ao roubo de veículos. Através do radar será possível ter informação imediata da rota seguida por um carro roubado, o que permitirá ou pelo menos facilitará a recuperação do carro pelas autoridades de segurança pública.
Segundo a prefeitura, os radares de Curitiba são instalados em ruas onde houve solicitação da população, onde há registro de acidentes de trânsito, em pontos de conflito decorrentes do volume de tráfego e movimento de pedestres e onde há risco potencial de o motorista exceder a velocidade permitida para a via.
Todos os aparelhos foram aferidos pelo Inmetro e as vias estão sinalizadas de acordo com a resolução 146/2003 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que exige que haja placa com o limite de velocidade para a via (regulamentação) na quadra onde está o radar e de 100 a 300 metros antes do aparelho.
Em Curitiba há placa de regulamentação 100 metros antes e 300 metros antes. A placa educativa, que informa sobre a presença do equipamento de fiscalização eletrônica, não é obrigatória, de acordo com a resolução, mas em Curitiba todos os radares contam com placas educativas a uma distância que varia de 300 a 1200 metros antes do ponto onde o equipamento está instalado.
Nestes pontos há também sinalização horizontal (pintura). De 300 a 600 metros antes do local onde está o radar, na altura do pórtico, há uma legenda com o limite de velocidade permitido para a via com quase 13 metros de comprimento.
Segundo a Diretran, em Curitiba não há radares escondidos. Se o motorista observar a sinalização e a existência dos postes que são exclusivos para esta finalidade – mais baixos do que os postes da Copel que antes eram utilizados para os radares ele terá fácil visualização da localização do equipamento. Além disso, os endereços com a localização dos radares estão disponíveis na página da Prefeitura na internet (www.curitiba.pr.gov.br).
“O motorista deve observar a sinalização específica de fiscalização eletrônica”, informa o diretor de trânsito da Diretran, Carlos Alexandre Negrini Bettes. “Mas o respeito ao limite de velocidade deve ocorrer sempre, independente de existência de radar, para que o motorista não cometa esta infração de trânsito e não coloque a vida em risco”, completa.
Além dos 110 locais onde estão instalados os radares, está sendo implantada em outros 100 endereços a estrutura necessária e a sinalização correspondente. Depois que todos os pontos estiverem preparados para o funcionamento de radares, os 110 equipamentos funcionarão em forma de rodízio em 210 pontos da cidade.