Destino do lixo hospitalar é discutido em seminário

O lixo gerado no setor da saúde ainda não está tendo a destinação correta no Estado, e toneladas de material contaminado podem estar sendo jogados fora, sem qualquer tratamento. No entanto, desde junho deste ano, a lei determina que os geradores desse tipo de lixo se responsabilizem pelos seus resíduos e dêem a destinação correta. Em Curitiba, os grandes geradores já se adequaram, mas alguns pequenos estabelecimentos, como consultórios e clínicas, ainda estão em desacordo com a lei.

Para conscientizar a população, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) vem realizando diversos eventos para divulgar o assunto. Ontem, na capital, durante um seminário, profissionais da Sema trocaram experiências com técnicos franceses. De acordo com Laerty Dudas, coordenador estadual de resíduos sólidos, o trabalho feito na Europa é parecido com o que está sendo feito no Paraná. A única diferença é que lá as pessoas mudam de atitude mais rapidamente.

O Paraná produz 20 mil toneladas de lixo por dia. Cinco mil são de lixo urbano e entre 3% e 4% resíduos da saúde, o que gira por volta de 150 a 200 toneladas. Todo esse material provém de cinco mil instituições que trabalham com a saúde. Em Curitiba, a Prefeitura fazia a coleta, e enviava o material para uma vala séptica. Mas desde junho a responsabilidade passou a ser de quem produz os resíduos, independente da quantidade.

Laerty destaca que os grandes geradores já se adequaram na capital. Contrataram empresas para fazer a coleta e dar a destinação ao material, preservando o meio ambiente. O Hospital Cajuru é um exemplo. A gestora de hotelaria e higienização, Maria Eliza Wedderhoff, diz que agora todo o lixo é separado: o material orgânico, o reciclável e o contaminado. Com a venda dos recicláveis, conseguem R$ 1,5 mil por mês e no ano passado compraram 25 computadores. No entanto, é verdade que os hospitais precisam tirar dinheiro do bolso para pagar a empresa que faz coleta e a destinação final do produto. São R$ 13 mil todo mês. ?Se as pessoas se propõem a abrir um estabelcimento precisam saber que vão ter que arcar com contas como as de água, luz, entre outras. Chega de deixar este encargo para o meio ambiente?, justifica.

Mas se por um lado o problema foi resolvido com os grandes geradores em Curitiba, o mesmo não ocorre com os pequenos. A maior parte ainda não cumpre a lei. Segundo Laerty, o primeiro passo é elaborar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. ?As pessoas vão ter controle do que produzem, da quantidade e vão especificar o destino que será dado?, explica.

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