Destino do Bondinho da Tiradentes continua incerto

O diretor administrativo no Paraná da Associação Brasileira de Proteção Ferroviária (ABPF), Carlos Dias Correia Augusto, está cansado de receber telefonemas de pessoas procurando pelo ?Bondinho da Tiradentes?. A locomotiva ficou exposta de 1999 a 2002 na praça, em Curitiba, e depois ?sumiu? de lá, deixando intrigados os curitibanos. Funcionários da própria Prefeitura de Curitiba volta e meia ligam para a ABPF querendo notícias do bonde.

?Essa é uma pergunta que nós fazemos: por onde anda o bondinho? Mandei um ofício ao senhor prefeito no mês passado, questionando isso, mas estou esperando um retorno até agora?, afirma Augusto.

A história do bonde Birney?s é antiga. Fabricado nos Estados Unidos, o bonde foi o último a circular pelas ruas de Curitiba – da década de 30 até 1952. Em 1963, a família Slaviero comprou a antiga estação de trem da Rua Barão do Rio Branco e lá estava o bonde 110, que foi doado à Prefeitura de Curitiba em 1990. A idéia era restaurar a locomotiva. No entanto, ela ficou abandonada até 1999, em Araucária.

Atendendo uma solicitação da Prefeitura, por intermédio da Urbs, Augusto restaurou o bondinho, que foi instalado na Tiradentes em novembro de 1999. ?Nas vésperas do Natal de 2002, recebi uma solicitação da Prefeitura para tirar o bonde da praça. A alegação era que o bonde estava servindo de abrigo a marginais e drogados?, explicou. No ano seguinte, a Prefeitura solicitou a posse do bonde e o levou para a gerência de manutenção da Urbs, como atestam os documentos da ABPF.

Na Prefeitura, as informações sobre o paradeiro do bonde são confusas. Ninguém sabe a cargo de qual secretaria está a locomotiva nem sabe informar direito o que houve com ela. A assessoria de imprensa informou que, desde janeiro, o bonde está num ?depósito da Prefeitura no Parque Tingui e vai ser reformado para depois ser exposto numa praça da cidade, sem prazo para que isso esteja concluído?.

O desencontro de informações dadas pela Prefeitura já começa na localização do bonde. Não existe galpão da Prefeitura no Parque Tingui. Depois das informações passadas pela ABPF, O Estado localizou o bonde no pátio da Gerência de Manutenção da Urbs, no bairro do Tingui, desde 2003.

Revitalização

A ABPF tem um projeto de revitalização do bonde. A intenção é, numa primeira etapa, fazer com que o bonde funcione e vá do depósito da ABPF, na Avenida Silva Jardim, até o Teatro Paiol. Numa segunda fase, a idéia é fazê-lo circular até o moinho do Rebouças e, por último, até o museu ferroviário.

O vereador Ney Leprevost (PP) teve uma reunião com o prefeito Beto Richa (PSDB) na sexta-feira passada. Segundo Leprevost, Richa não sabia que o bonde estava em poder da Prefeitura e ficou feliz com a notícia. ?Sugeri para que o bonde fosse restaurado e colocado para exposição em praça pública ou funcionasse em algum parque da cidade. O prefeito prometeu analisar as propostas?, disse o vereador. 

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