Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

 Bairro Águas Claras, local da discórdia com os moradores.

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Uma ordem de despejo virou pesadelo para três famílias que moram no bairro Águas Claras, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. Elas foram informadas sobre o despejo na última quinta-feira, e tinham prazo até ontem para deixarem o local. As casas onde moram estão localizadas em um terreno que foi cedido pela prefeitura há quase 13 anos, antes da construção do Centro Atenção Integral à Criança (Caic).

Os moradores deveriam cuidar da área durante a construção do centro. "A autorização para morar aqui foi verbal e a situação foi empurrada com a barriga até agora", explica Maria José Leite Martins, uma das pessoas que receberam a ordem de despejo. Os oficiais de justiça que os comunicaram sobre o despejo disseram que a área agora tem um dono.

A dona de casa Nerci Bassani Fabrício de Oliveira conta que os oficiais de justiça não entregaram qualquer intimação sobre o despejo e somente comunicaram o prazo. Um deles informou que quinta-feira deveria ser a data para que os tratores demolissem as casas de madeira, mas o despejo foi transferido para ontem porque um dos moradores alegou estar doente, segundo Maria Rosa Ribeiro, dona de uma das casas atingidas. Os moradores esclarecem que os terrenos não foram invadidos. A autorização para que morassem no local, porém, ficou somente na palavra, não sendo regularizada até hoje. "Estamos sob promessas. Foi falado para gente que iam legalizar a situação, mas ninguém assume nada", avalia Maria Rosa.

Ela revela que a prefeitura passou a área para o Fapen (fundo que administra os aposentados do município). Quando a moradora foi tentar regularizar a sua situação, ficou sabendo que o órgão precisaria fazer um processo por meio do Estado. Depois disso, o terreno teria sido vendido.

Suspensa

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No final da tarde, o advogado das famílias, Antônio Carlos dos Santos, informou que o despejo havia sido suspenso, porque eles entraram com um pedido de sustação da liminar de reintegração de posse.

Segundo a oficial de justiça encarregada do cumprimento do mandado judicial, Neide Oliveira Graesser, o despejo teria sido adiado porque ainda não havia como nem onde acomodar as pessoas. Nenhum dos representantes do terreno foi encontrado pela reportagem de O Estado para dar a sua versão.

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