Termina hoje o prazo para que os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupem a Fazenda Santa Terezinha, em Paranapoema, Noroeste do Estado, invadida em 2003. O mandado de reintegração de posse começou a ser cumprido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) na última terça-feira. Os agricultores concordaram em deixar a área após receberem a promessa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de que em breve seriam transferidos para uma nova área. Por enquanto, eles estão abrigados no assentamento Mãe de Deus.

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Em princípio, os agricultores do acampamento Quilombo dos Palmares pediram prazo de três dias para deixar a área. Depois ficou acordado que até as 18h de ontem todos os sem terra deveriam deixar a fazenda. Mas o processo de mudança demorou mais do que o esperado e só hoje todos devem sair do local, cumprindo o prazo inicial. Toda a ação foi acompanhada por policiais militares. Ontem 120 estavam no local. O clima era de tranqüilidade, bem diferente do observado na última terça-feira, quando a negociação foi tensa e durou cerca de dez horas. Em vários momentos quase houve conflito com os policiais.

Segundo um dos coordenadores estaduais do MST, Edson Bagnara, o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, prometeu encontrar, em 90 dias, uma área para assentar os trabalhadores. Mas a assessoria de imprensa do órgão não confirmou a informação. Disse apenas que várias áreas estão em processo de negociação na região, porém não existiria nenhum prazo definido.

Além disso, o proprietário da terra também prometeu que os acampados poderiam colher o que plantaram. Em 2004 os trabalhadores produziram mais de 70 mil arrobas de algodão, 10 mil sacas de feijão e 5 mil sacas de milho. Os acampados ainda produziam queijos e doces e tinham criação de bovinos, suínos e aves. No local também foi construída uma escola itinerante, onde cerca de 200 crianças cursavam o ensino fundamental (1.ª a 4.ª séries). A escola é vinculada ao governo do Estado, através do programa Educação do Campo. No acampamento também funcionavam duas turmas de alfabetização de jovens e adultos, com cerca de 40 alunos, além de uma creche – que atendia 50 crianças por período. 

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