No último sábado (08), dez pessoas morreram após um paredão de pedras despencar nos cânions de Capitólio, em Minas Gerais, e atingir quatro embarcações. O vídeo do momento em que a pedra se desprende viralizou nas redes sociais e impressionou os internautas. Porém, o fenômeno não é um caso isolado. Segundo o geógrafo e professor do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Henrique Simão Pontes, casos parecidos já foram observados no Paraná.

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“No Parque Estadual de Vila Velha, no início dos anos 2000, um grande desmoronamento ocorreu em uma antiga trilha, o que ocasionou a interdição da passagem. Em 2010, um desmoronamento de vários blocos e fragmentos de rochas ocorreu no interior da Furna do Buraco do Padre e, recentemente, em 2021, um grande fragmento de rocha se desprendeu do teto do Abrigo Cassandoca, um sítio arqueológico de Ponta Grossa”, revela o professor.

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Segundo Henrique, essas situações podem acontecer em todos os locais com presença de afloramentos rochosos. “Locais onde ocorrem paredões, escarpas e cavidades subterrâneas são propícios para quedas de fragmentos de rocha. No estado do Paraná, especificamente, temos vários exemplos”, conta.

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O Parque Estadual de Vila Velha, que tem a visitação com foco principal conhecer os afloramentos rochosos, é um dos pontos passíveis de ocorrências de desmoronamento de pedras. Além dele, o Parque Nacional do Iguaçu também está na lista, já que conta com áreas escarpadas e, principalmente, presença da água, que agrava e acelera o processo de descolamento.

Além dos parques, o geólogo destaca que o Paraná é um estado que soma a presença de rochas suscetíveis ao desmoronamento, mas também um relevo que “ajuda” na possibilidade dessas quedas. “Em certas áreas, o Paraná tem um relevo muito acidentado, isso faz com que haja maior ocorrência de desmoronamentos. Por exemplo, na região da Serra do Mar, toda a região da escarpa devoniana, no segundo planalto paranaense e a área da Serra da Boa Esperança”, explica.

Cuidados necessários

A primeira indicação para garantir a segurança é evitar a visitação em áreas mais suscetíveis aos desmoronamentos em períodos de chuvas intensas, já que o volume de água está relacionado com a possibilidade das quedas.

De acordo com o geólogo, é difícil prever um desmoronamento, porém, os turistas podem ficar atentos a alguns sinais. “Se alguém estiver visitando uma área e perceber fraturas na rocha, inclinação de corpos rochosos ou queda de pequenos blocos de rochas, isso deve ser um alerta”, salienta.

Se esses indícios forem observados, o recomendado é informar os órgãos responsáveis e, claro, se afastar do local imediatamente. “No acidente que ocorreu recentemente em Minas Gerais, já eram observados desmoronamentos de blocos de rochas. Medidas deveriam ter sido tomadas por conta desse indício. Esse é um erro comum”, finaliza.

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