Desmoronamento deixa Contorno Norte interditado

O desmoronamento de um barranco, ontem, fez o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) interditar o Contorno Norte de Curitiba entre os viadutos da Rua Nova Orleans e da Avenida Manoel Ribas. O local não deve ser liberado hoje ainda, mas equipes do DER trabalharão durante todo o dia para remover a terra e normalizar o tráfego no local. A queda do barranco, com cerca de 20 metros de altura, aconteceu logo cedo, assustando os moradores. Não houve vítimas.

A aposentada Ana Denato dormia na hora do incidente. ?Só ouvi um carro freando forte e, quando olhei, estava com as rodas da frente quase caindo no buraco?, conta. Os ocupantes, porém, conseguiram sair do automóvel, que foi removido posteriormente do local.

A moradora vive há mais de 50 anos no terreno limítrofe à Estrada Ângelo Pianaro, que ruiu junto com o barranco, e, agora, teme ter de deixar a casa. Uma faixa foi colocada pela Defesa Civil no quintal de dona Ana, a cerca de 5 metros do quarto onde dorme, para interditar a área. ?Me orientaram a não passar a noite aqui, mas é difícil deixar minha casa?, desabafava.

Moradora vizinha, a neta da aposentada, Cátia Benato, relata que desde quinta-feira a família começou a perceber uma rachadura no local do desbarrancamento. ?Ontem (anteontem) liguei à noite para a Prefeitura, que ficou de me dar um retorno. Mas não deu tempo de fazer nada?, lamentava.

Segundo os moradores, já houve um desmoronamento de terra semelhante nas proximidades e, apesar dos reparos, não existe segurança para quem vive ali. Alguns terrenos próximos tiveram de ser cedidos ao Estado quando da construção do contorno. Os moradores foram indenizados e passaram a morar para trás da divisa com a rodovia; com o novo desbarrancamento, eles temem que a área ocupada por suas casas também ceda.

DER

Mas o fiscal do DER que trabalhava no local, Omar Soares, acredita que o incidente de ontem nada tem a ver com as intervenções feitas para a construção do contorno. Segundo ele, o desmoronamento do barranco deve ter sido ocasionado por ligações de esgoto que desembocam no local. ?Por conta disso, a água começou a infiltrar e a terra deslizou?, afirma.

De acordo com o fiscal, o solo local, chamado silter argiloso (mais conhecido como sabão de caboclo), é instável e tem pouca resistência. ?Quando a água penetra, ele estufa e começa a rachar?, explica. Após a retirada da terra que desmoronou, o DER deve fazer obras de contenção no barranco. ?Feito isso, não há mais riscos?, atesta Soares. A liberação do contorno será feita assim que terminada a retirada, o que deve acontecer após o final de semana.

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