Desfile atraiu 5 mil pessoas

Na última semana, a embaixadora americana no Brasil, Donna Hrinak, fez um pedido ao governo brasileiro para que tropas dos EUA possam circular livremente em território brasileiro. A semana também foi marcada pelo plebiscito que colherá a opinião popular sobre a participação do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Os assuntos diretamente ligados à soberania nacional foram lembrandos ontem, na comemoração do180.º aniversário da independência do Brasil. Na Avenida Cândido de Abreu, Centro Cívico, Curitiba, houve o tradicional desfile militar, que reuniu uma platéia em torno de 5 mil pessoas..

Além de 2.500 representantes das Forças Armadas, também desfilaram civis. Neste ano, devido ao corte de recursos para o Exército, o desfile não teve tanques de guerra e carros utilizados em situações de batalha.

Para o general Luís Carlos Minussi, comandante da 5.ªRegião Militar, o problema de recursos é reflexo da crise do País e só será solucionado quando esta passar.

O prefeito em exercício de Curitiba, João Cláudio Derosso, disse não concordar com o fato de que comprometimentos econômicos interfiram na soberania do País. “Isso é histórico: desde seu descobrimento o Brasil necessita de apoio financeiro internacional, mas isso em nada altera nossa soberania”, disse.

Assistindo pela primeira vez na rua a um desfile militar, o estudante Nivaldo Cardoso, de 17 anos, disse que é muito bom participar de um ato de civismo. Para ele, apesar das pressões externas, o Brasil é completamente independente. O técnico em segurança no trabalho Conrado Roberto Pfaffenzeller, 63, disse que a participação popular num desfile como esse (cerca de 5 mil pessoas assistiram o desfile) é o sinal de que o povo quer mudanças. “Nossa independência está abalada. Seja a Alca, o FMI, enfim, a população tem que pressionar para que o governo ou melhor, esse desgoverno, tome jeito”, afirmou.

Arbitrariedade

O aposentado Stanislaw Gramowski, 56, pretendia apresentar dois cartazes de protesto em frente ao palanque oficial durante o desfile de ontem. Os cartazes, confeccionados em cartolina, diziam: “Dom Pedro I ,Independência de Portugal. Fernando Henrique Cardoso, dependência dos EUA” e “Independência dos EUA já. Não à Alca”. “Um soldado da PM me torceu o braço e proibiu de mostrar os cartazes. Ele ameaçou me prender. Eu disse que não tinha motivo e ele disse que motivo era fácil de arrumar”, contou Gramowski. O aposentado ficou revoltado, destacando que seus direitos de expressão e de ir e vir, garantidos pela Constituição Federal, foram feridos.

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