Pés na areia da praia. Contagem regressiva e fogos de artifício. 2009 chegou. Pula-se sete ondas e, com este ato, vêm as metas para mais um ano que está começando. Ou, antes mesmo da virada propriamente dita, aparecem as promessas: “Este ano eu vou emagrecer”, “Este ano vou me dedicar mais ao trabalho”, “Este ano eu vou juntar dinheiro”, “Este ano eu vou comprar um carro”…
No entanto, simplesmente desejar não significa que os objetivos serão alcançados até dezembro. Como nos negócios, a pessoa deve traçar um plano de ação para conseguir tal objetivo. Isso é importante para que, no final de 2009, não apareça o sentimento de frustração por não ter conseguido o que queria no ano que passou.
Antes da frustração, surgem desculpas para deixar a meta de lado, durante todo o ano. A psicóloga Carolina Walger explica que as pessoas colocam metas muitas vezes inatingíveis e, quando percebem que não vai conseguir, esquecem daqueles objetivos. “No final do ano, a pessoa se dá conta que nada mudou e vem o sentimento de impotência”, afirma.
A professora da disciplina de Plano de Desenvolvimento Pessoal do Instituto Superior de Administração Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV), Alba Torres, revela que pode-se “jogar para o ar” mais um desejo do que necessariamente estabelecer uma meta. Um exemplo disso seria aquela famosa promessa de “mudar de vida” no ano que vem. Mas mudar de vida como? Por quê? Quando? “Os objetivos são estabelecidos muito mais pela onda do que está acontecendo. Não se busca o que aquela meta representa. Quando a gente estabelece sem significado, a possibilidade de se dedicar é menor. Se a meta não tem significado, chega um momento que a pessoa cansa ou ela perde a prioridade. Todos devem refletir sobre suas metas”, orienta.
De acordo com a professora, a meta precisa ter uma direção. Deve estar claro na mente da pessoa os mecanismos para a ação até alcançar este objetivo. “A meta dá o foco para os seus esforços. Deve-se estabelecer o que será feito ou deixar de ser feito para isto. Porque não vai acontecer por um acaso”, lembra Alba. “É preciso saber se realmente está disposto ou não a fazer tudo isto”, completa Carolina.
Na trajetória entre promessa e realidade, cada decisão que se toma aproxima a pessoa da sua meta. Segundo Alba, o risco que se corre quando não tem o objetivo claro é se movimentar, mas sem saber para onde realmente está indo. A professora ensina que a meta e o seu plano estratégico devem passar por acompanhamento e revisão durante todo o ano. Não basta lembrar da promessa no mês de dezembro. “Mas tem que tomar cuidado também para isto não virar neurose. Durante o ano, tem que ver o que falhou, o que faltou. E ir adaptando. No mínimo, uma vez por mês tem que fazer uma avaliação da meta e do que você está fazendo para alcançá-la. Tem que acompanhar e ajustar à realidade que vai surgindo”, revela Alba.
Sem planejamento não funciona
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Época também é de superstições. |
Colocar um milhão de metas para 2009 também não adianta. A professora Alba Torres, do Isae/FGV, aconselha escolher um setor da vida para traçar um objetivo. “Tem gente que coloca meta para tudo quanto é coisa e olha cada eixo da vida isoladamente. Tem que olhar o conjunto, sistematicamente. Avalie a sua vida e veja em que área algo está pegando. Verifique o grau de satisfação e identifique o que você poderia priorizar. A insatisfação em uma área provoca reações nas outras. A vida é sistêmica. Quando você promove mudanças em uma área, haverá reflexo nas outras também”, considera. A psicóloga Carolina Walger diz que quem age com planejamento não pre,cisa esperar o final do ano para traçar metas. Qualquer um pode colocar objetivos e traçar planos de ações em qualquer época. “Pode ser a data de aniversário, por exemplo. Isto tira um pouco o peso do final do ano, que é agitado e estressante. Às vezes a pessoa não planeja realmente. O foco está mais em o que comprar, na ceia, no que vestir na virada, na viagem, do que necessariamente fazer um planejamento sério”, conta.
Para quem quiser saber mais informações sobre como planejar suas metas para 2009, haverá uma palestra sobre o assunto no dia 22 de janeiro, às 19h, no Conselho Regional de Psicologia, que fica na Avenida São José, 699, em Curitiba. Informações pelo telefone (41) 3013-5766. (JC)
Para a meta se tornar realidade precisa ser:
1) Específica
2) Mensurável
3) Alcançável
4) Relevante
Além disso, é necessário estabelecer um prazo para o objetivo e um plano de ação para que ele possa ser alcançado. Empenho e persistência são essenciais para que o projeto dê certo.
