Médicos de 54 especialidades diferentes devem decidir nos próximos dias, em assembleias, se vão se descredenciar dos planos de saúde. As sociedades paranaenses de Pediatria e de Geriatria já recomendaram aos seus médicos que se descredenciem dos planos em função do baixo valor pago pelos honorários.
A decisão de realizar assembleias em todas as categorias foi tomada ontem em uma reunião entre as duas sociedades, a Associação Médica do Paraná (AMP), o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar).
Os pediatras reivindicam receber pelo menos R$ 80 por consulta, quando hoje ganham de R$ 15 a R$ 42. Além das assembleias, hoje haverá uma nova reunião com os dirigentes da Associação Médica Brasileira (AMB), em Curitiba, na qual serão discutidos vários assuntos, inclusive essa questão dos honorários.
No dia 25 de agosto, os pediatras enviaram uma carta a cerca de 30 planos de saúde que atuam no Paraná solicitando uma proposta sobre o valor dos honorários.
Segundo o secretário geral da Associação Paranaense de Pediatria, Gilberto Pascolat, muito poucos deles (ele não soube precisar quantos) responderam. “Mas nenhum respondeu com uma proposta satisfatória. Então estamos considerando como negativa a resposta de todos”, afirmou.
Outra recomendação que será dada é que os médicos passem a cobrar o valor da consulta (o que faltar para completar R$80) e que emitam o recibo para o paciente cobrar dos planos.
A reportagem entrou em contato com a Associação Brasileira de Medicina de Grupo no Paraná e Santa Catarina (Abrange), que representa planos como Amil, PR Clínicas, Clinipam, entre outros.
A Abrange respondeu que está se mantendo neutra nessa discussão, pois não é de sua competência o assunto, e que cada empresa é livre para criar os seus valores.
Já a Federação das Unimeds do Paraná (que representa a principal cooperativa de saúde no Estado a Unimed) informou que está acompanhando a questão e que vai discutir com os médicos o assunto, mas não informou quando isso vai ocorrer. A Federação afirmou ainda que vai garantir os direitos dos associados.
Já o presidente da Associação Paranaense de Auto Gestão em Saúde (Assepas -PR, que representa planos como Sulamérica, Bradesco Saúde, etc.), Mauro Pereira, informou que hoje a Assepas-PR vai realizar uma assembleia para decidir que atitude tomar.