Não haverá greve no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná. Os funcionários aceitaram a nova proposta de reajuste salarial apresentada pela direção do hospital, que subiu de 4% para 6,61%, o que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses. A categoria tinha aprovado indicativo de greve na última quinta-feira. O aumento representa um acréscimo de cerca de R$ 100 mil na folha de pagamento do HC.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba e Região Metropolitana (Sinditest-PR), Antônio Néris, a categoria saiu satisfeita da negociação. ?O HC, os servidores e a população saem ganhando?, fala.
Néris explica que a a intenção inicial da direção do HC não era conceder aumento à categoria, depois subiu para 4% em duas vezes. A primeira parcela seria paga neste mês (2,5%) e a outra em outubro (1,5%). ?Mas, devido a esse parcelamento, o reajuste real ficaria em 3,32%?, comenta Néris.
O sindicato não gostou nada da proposta e resolveu bater o pé, ameaçando paralisar as atividades. Na última quinta-feira fizeram uma assembléia e aprovaram o estado de greve. Os funcionários iriam esperar até ontem por uma contraproposta. Se ela não viesse ou não agradasse a categoria, a paralisação começaria hoje.
Mas minutos antes de começar a assembléia que deflagaria a greve, a direção do hospital concordou com o reajuste pedido pelos funcionários e zerou a inflação dos últimos 12 meses. ?Cerca de 200 servidores participaram da assembléia e foi unânime a decisão de acabar com o estado de greve. Conseguimos repor as perdas do último ano?, comemorou Néris. Embora ainda reclame que os funcionários acumulam 26% de defasagem referente a anos anteriores. Além do aumento nos salários, os funcionários também conseguiram que o mesmo índice seja usado para reajustar o auxílio creche e o vale-alimentação.
O aumento vai beneficiar 1.280 funcionários contratados pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), mas os 2,3 mil servidores federais que também trabalham na instituição vão ficar de fora. Segundo Néris, a negociação está sendo realizada em Brasília. Hoje a folha de pagamento da instituição é de R$ 1,8 milhão e deve chegar perto de R$ 1,9 milhão.