A Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) conseguiu no final do ano passado o aval do governo do Estado para poder realizar a desapropriação, regularização e construção de casas populares em duas áreas de invasão: uma em Curitiba e outra na Região Metropolitana. A primeira se encontra na Vila Bonato, no bairro Parolin, perto do centro da capital. A outra é localizada na Vila Zumbi dos Palmares, no município de Colombo. O decreto baixado pelo governador Roberto Requião foi publicado no Diário Oficial no dia 16 de dezembro, e prevê a desapropriação dos locais até o final deste ano.
Segundo os moradores das áreas invadidas, nenhuma data ainda foi confirmada pelo governo, prefeitura ou Cohapar. A demora na definição da desapropriação está preocupando os moradores das duas localidades. O carrinheiro Luiz Carlos de Araújo, de 23 anos, vive na Vila Bonato há sete anos, junto com outras dez famílias, e não sabe qual será o seu futuro. ?Não podemos nem fazer um planejamento. Pensar em uma nova moradia. Não sabemos quando vamos embora nem para onde seremos levados. Ninguém nos dá uma resposta?, reclama. A Associação de Moradores do Parolin também não sabe quando será realizada a desapropriação do terreno onde se encontram as famílias.
Edson Pereira Rodrigues, de 29 anos, presidente da entidade, ainda não encontrou explicação para a grande demora para a desapropriação. ?Sempre recebemos reclamações do pessoal que vive nessa área. Eles não sabem o que fazer nem o que esperar. Só sei que nós não temos uma resposta e também queremos saber o que vai acontecer. Já procuramos a Prefeitura e a Cohapar para termos informação, mas não conseguimos nada?, confirma.
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Em Colombo, a situação dos moradores não é diferente. A falta de informação é motivo de preocupação para quem não sabe para onde será levado. Karen Malinoski, mora na região há um ano e meio e desde que chegou na Vila Zumbi escuta sobre a desapropriação das terras. ?Já faz tempo que o pessoal diz que vai tirar a gente daqui. Estamos na espera e também queremos saber para onde iremos?, diz. O ajudante de mercado, Francisco Assis Pereira Gomes, de 50 anos, mora há dez anos no local, e admite que desde aquela época ouve informações sobre desapropriação.
Cohapar
Através da assessoria de imprensa, a Cohapar afirma que a regularização e contrução de casas populares nos locais determinados são viáveis. Além dessa certeza, a companhia assegura que há projetos para a melhoria das condiçoes de moradia no Parolin e na Vila Zumbi dos Palmares.