Após quatro meses de interdição, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) liberou na manhã de ontem meia pista da Estrada da Graciosa, permitindo o trânsito de veículos. Para organizar o fluxo de carros, foi instalado um semáforo, que permite a circulação e evita acidentes no local. A conclusão total do trecho da rodovia, que desmoronou no dia 13 de março por causa das fortes chuvas, será finalizada em setembro deste ano.
Para que fosse possível o retorno do trânsito ao local, uma ponte precisou ser construída no ponto em que se formou uma cratera. “Foi liberado o trânsito, antes mesmo da conclusão da ponte, para ajudar a população do Litoral e promover o comércio local. Por isto, o motorista deve prestar atenção quando passar pela região”, alerta o superintendente do DER-PR, Gilberto Loyola. As equipes contratadas pelo DER concluíram 16 pilares, 36 vigas, de 10 metros cada, e lajotas para sustentar a nova travessia. Ainda serão concluídos os guarda-corpos, sistema de drenagens e murros de sustentação de outros pontos da Estrada da Graciosa.
Com o retorno do movimento, os comerciantes esperam retomar a rotina e lucrar com a volta dos turistas. Ou ao menos recuperar as perdas em decorrência do fechamento da estrada em plena Copa do Mundo. Segundo o presidente da Associação Comercial da Graciosa, Gilton Dias, o prejuízo chega a R$ 600 mil, pois além do que os restaurantes e quiosques deixaram de vender, estoques de produtos foram perdidos e as contas atrasaram. Pelo menos 60 pequenos comerciantes foram afetados pela interdição. Eles vivem e têm suas atividades em localidades como Mãe Catira e São João da Graciosa.
A rodovia é uma antiga rota de tropeiros no século 18 e um dos caminhos mais famosos de ligação entre a Região Metropolitana de Curitiba e o Litoral do Paraná. Tombada como Patrimônio Cultural e Histórico do Paraná, a Graciosa tem uma extensão de 28,5 quilômetros ladeada por natureza exuberante. A paisagem atrai centenas de turistas e visitantes, principalmente nos finais de semana e feriados quando, estima-se, passem pela estrada até 10 mil pessoas.