Encontrar soluções para o Parque Nacional do Iguaçu, na região Oeste do Estado, que sejam favoráveis tanto à população que vive no entorno quanto à administração do local é a intenção de estudos que vêm sendo realizados desde meados do ano passado por integrantes de uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Nos últimos meses, os oito deputados federais que compõem a comissão, assim como vereadores e deputados que integram a Assembléia Legislativa do Paraná, têm realizado visitas ao parque e reuniões com representantes administrativos e da comunidade. Ontem, o deputado federal Assis Miguel do Couto (PT-PR), na condição de relator da Comissão Externa da Câmara, esteve em Curitiba para apresentar um pré-relatório feito sobre a situação do parque.
Segundo ele, o principal conflito que envolve o lugar diz respeito à Estrada do Colono, que tem 17,6 quilômetros de extensão, liga os municípios de Capanema e Serranópolis e foi fechada pela primeira vez em 1986 por questões ambientais. Enquanto a administração do parque defende que a estrada deve continuar fechada para que não haja prejuízos à flora e à fauna locais, a comunidade que vive no entorno acredita que o fechamento gera uma série de prejuízos econômicos e sociais.
Como solução, o pré-relatório defende a criação de um segundo pólo turístico dentro do parque. Este seria composto por um ecoviaduto, construído no mesmo traçado da Estrada do Colono e com altura de seis a oito metros, ficando em meio à mata, entre as copas das árvores. No trajeto do ecoviaduto, seriam criados atrativos turísticos, como por exemplo postos de observação da flora e fauna.
“A obra custaria cerca de R$ 35 milhões e daria solução ao conflito”, acredita Assis Miguel. “Atenderia às expectativas da população, fazendo a ligação entre Capanaema e Serranópolis, e ao mesmo tempo não geraria danos ambientais. A idéia é que a construção aconteça sem agressões e que, quando finalizado, o eco-viaduto permita a recomposição da vegetação localizada abaixo.”
O pré-relatório também propõe a ampliação do cultivo de agricultura orgânica em 200 mil hectares de área localizada ao redor do parque: “A ampliação contribuiria com a geração de emprego e renda e com a conservação dos recursos naturais e bacias hidrográficas. Atualmente, uma série de produtos orgânicos já é cultivada no entorno do parque, mas é preciso que haja incentivo para que as idéias já implantadas possam ser estendidas”, comenta o deputado federal.
Histórico
O Parque Nacional do Iguaçu completou 65 anos de existência no último dia 10 de janeiro. Possui 182 mil hectares e 420 quilômetros de extensão, se fazendo presente em 14 municípios da região Oeste. Recebeu esse nome por incluir em sua área parte do Rio Iguaçu e das cataratas. O local é considerado um dos maiores remanescentes da mata atlântica do planeta. Foi o segundo parque nacional criado no Brasil, depois do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.