Os cirurgiões-dentistas que atuam na rede municipal de saúde e que estão em greve desde a última quinta-feira vão fazer mais uma manifestação no início da tarde desta segunda-feira (26).
Eles estão concentrados na Boca Maldita, no centro de Curitiba. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), a categoria vai realizar mais uma caminhada até a Prefeitura de Curitiba, no Centro Cívico. Os dentistas aguardam por uma nova reunião com a administração municipal para discutir as revindicações da categoria.
A diretora de comunicação do Sismuc, Alessandra Oliveira, disse que o sindicato ainda não foi comunicado oficialmente sobre a determinação do Tribunal de Justiça do Paraná, na última sexta-feira, sobre a obrigatoriedade de manter um cirurgião-dentista por unidade de saúde para atender casos de urgências e emergências, em regime de escala.
No entanto, o sindicato diz que há dentistas trabalhando para atender estes casos especifícos e que cabe à Prefeitura organizar uma nova escala para colocar um profissional em cada unidade.
“Entendemos que a Prefeitura precisa organizar isto. Ainda há 100 cirurgiões-dentistas que são autoridades sanitárias e que não pararam. Eles poderiam ser relacionados”, explica Oliveira.
A categoria continua descontente com a proposta da administração municipal em oferecer aumento de 20% para a categoria, contra a isonomia salarial em relação aos médicos, reivindicada pelos cirurgiões-dentistas.
A alegação deles é de que os médicos tiveram incorporada ao salário uma gratificação de 100%, criando uma nova tabela salarial. A administração municipal sempre pagou o mesmo salário para médicos e dentistas. A Prefeitura argumenta que os médicos continuam com os mesmos vencimentos e que não houve aumento com o acréscimo da gratificação à remuneração.
“A Prefeitura até agora não demonstrou nenhum interesse em negociar ou de tentar mudar a posição. Eles oferecem 20% em cima do salário, mas retiram 20% do incentivo do governo federal para atuar no Programa Saúde da Família. Quem trabalha no programa recebe uma gratificação de 80% sobre o piso e a porcentagem passaria para 60%. Dizem que dão, mas tiram do outro lado”, avalia a cirurgiã-dentista Tânia Monteiro Mocellin.