Demora revolta usuários do SAS do Estado

Revolta. Esse é o sentimento que melhor define a condição de atendimento dos servidores públicos do Estado pelo Sistema de Assistência à Saúde (SAS) em Curitiba.

Criado em 2000 em substituição ao Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado do Paraná (IPE), o sistema vem apresentando vários problemas na capital, que vão desde a demora no atendimento até a falta de médicos.

Ontem, na central de marcação de consultas, na Rua Lourenço Pinto, mais de 300 pessoas aguardavam para serem atendidas, uma rotina que se repete todos os dias.

?Há mais de um mês, eu agendei a consulta e quando cheguei aqui peguei a senha 240, e ainda têm 90 pessoas na minha frente?, reclamou Ivonete Aparecida Neves. Segundo ela, o atendimento através do telefone 0800 não funciona. As pessoas são obrigadas a amanhecer na fila para tentar marcar as consultas.

Já Júlia Dias Arendt estava tentando atendimento há dois meses e ontem, quando chegou à unidade, recebeu a notícia que o especialista que procurava não tinha mais data na agenda.

?Estou tomando remédio por conta porque não tem médico para atender?, reclamou. Aliado a isso, ela relata que existe uma rotatividade muito grande de profissionais, o que dificulta o tratamento. ?Você inicia o tratamento com um médico e, quando volta para uma reconsulta, esse médico não está mais?, disse.

Foto: Daniel Derevecki

Júlia: ?Remédio por conta?.

Esse problema também foi registrado por Irinilce Podgurski, que afirmou que desde a criação do SAS os atendimentos pioraram. ?O SAS é serviço ausente para o servidor?, ironizou.

Nilza Matos Pereira chegou a unidade às 6h15 para o atendimento, que havia sido confirmado através do 0800, mas ficou surpresa com a informação que a consulta foi remarcada para o dia seguinte.

?Mas amanhã (hoje) é sábado e duvido que vou ser atendida?, falou. Maria de Lurdes Carvalho está há dois meses tentando marcar consulta com um ginecologista. Como não conseguiu, resolveu pagar uma consulta particular. ?Não dá mais para eu ficar faltando trabalho para tentar o atendimento. O jeito é pagar particular?, disse.

Outro problema relatado pelos usuários é o atendimento de urgência no Hospital Evangélico, que é a instituição contratada pelo governo do Paraná para prestar serviços médicos hospitalares aos servidores públicos estaduais da ativa, aposentados e dependentes.

Mesmo que a situação seja de emergência, os pacientes precisam esperar na fila. Júlia Arendt conta que levou o marido no hospital com crise renal e teve que esperar nove horas pelo atendimento. ?Somos tratados pior que bicho?, afirmou.

Queixas foram comunicadas

Rosângela Oliveira e Newton Almeida

O SAS é vinculado à Secretaria de Estado da Administração e Previdência, que informou através de sua assessoria, que tomou conhecimento de algumas queixas. Tais reclamações já foram comunicadas ao Hospital Evangélico.

A instituição tem sob sua responsabilidade contratual com o SAS a cobertura médica hospitalar a 106,8 mil servidores da ativa, aposentados e dependentes, na regional de Curitiba. Mensalmente, o hospital recebe do governo do Estado o equivalente a R$ 19,90 por beneficiário. Neste mês o repasse chegará a R$ 2,125 milhões.

O Hospital Evangélico divulgou em nota que vem buscando solucionar as dificuldades. Além de reiterar empenho para o bom atendimento, a direção do Evangélico ressalta que esse atendimento transcorre normalmente e que ?a agenda é aberta quinzenalmente e é disponibilizado número significativo de consultas aos assistidos pelo SAS?.

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