O delegado regional do Trabalho, Celso Costa, prestou depoimento ontem em Curitiba na Procuradoria da República do Paraná. Ele está sendo ouvido no processo que investiga o favorecimento da Delegacia Regional do Trabalho na fiscalização de indústrias de Londrina.
Após o depoimento, Costa afirmou que a denúncia do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Moveleira do Brasil, Manoel Francisco da Silva, é infundada. Segundo ele, o sindicalista queria que a DRT autuasse empresários da cidade que, eventualmente, estariam descumprindo a legislação trabalhista. Mas Costa afirma que não havia nada de irregular nestas empresas.
De acordo com a assessoria de imprensa da DRT, foi aberta uma sindicância interna para apurar o fato e até agora a investigação aponta que nada de irregular ocorreu. O procurador que ouviu Celso Costa, Mário Ferreira Leite, só vai se pronunciar quando retornar para Londrina.
Mas outras acusações pesam sobre Celso Costa, como desvio de verbas públicas da Comurb ? órgão da administração municipal de Londrina ? e processo de licitação fraudado por parte de sua empresa na venda de software para a Prefeitura da cidade. Ele também já teve sua prisão pedida pelo Ministério Público Estadual. Costa se defende dizendo que a negociação com software ocorreu quatro anos antes de ele estar a frente da Comurb.
Manifestação
Os auditores fiscais do trabalho fizeram manifestação ontem em frente a Procuradoria da República pedindo que Celso Costa seja afastado. Para eles, as denúncias envolvendo o nome do delegado, prejudicam a imagem do órgão.
O presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho no Paraná, Nailor Grossel, afirma ainda que os funcionários não agüentam mais as pressões que sofrem no trabalho, acusam Celso Costa de desqualificar moralmente alguns deles, colocando-os em situações vexatórias. Além de realizar ameaças e perseguições. Os auditores fiscais, engrossando um movimento nacional, também querem que seja aprovada a Medida Provisória n.º 46, que traz benefícios à categoria. Entre eles a definição das atribuições privativas a categoria. “Se estivermos incomodando, a qualquer momento o governo pode tirar determinadas auditorias e transferir o trabalho para outras pessoas não qualificadas”, explica.
Entre as reivindicações estão ainda a paridade entre ativos, aposentados e pensionista. Querem também que a gratificação de desempenho seja calculada pelo maior padrão de vencimento.