Os problemas de visão afetam um grande número de pessoas, principalmente na terceira idade, que é a mais atingida por problemas de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Estima-se que aproximadamente 100 mil brasileiros desenvolvam a doença por ano.

A DMRI, como é conhecida, é a responsável pela maioria dos casos de cegueira em pessoas com mais de 50 anos. A causa da degeneração ainda é desconhecida, mas pesquisadores do mundo todo estão explorando uma série de teorias sobre o desenvolvimento da doença e como chegar à cura.

O médico e professor da UFPR Carlos Augusto Moreira Júnior é um deles, há 17 anos estudando as causas da DMRI. Para Moreira, ao longo destes anos grandes foram os avanços alcançados pela medicina em relação à doença, que se manifesta em duas formas distintas: a seca (atrófica) e a úmida (neovascularização coroidiana).

Na forma seca, considerada mais branda de acordo com o médico, não existe tratamento disponível, mesmo abrangendo a maioria dos casos de DMRI. A úmida ocorre em menor freqüência, mas é considerada mais grave pela sua rapidez de progressão que leva á perda da visão.

A situação mais comum no caso de DMRI úmida é enxergar tudo turvo, visualizando os lados e não conseguindo obter a imagem central. Pessoas com mais de 50 anos devem tomar cuidado ao perceberem que as linhas ficam tortas, ou que estão com dificuldades para ler a palavra toda.

Tratamentos

Ao detectar estes sinais, é importante que a pessoa procure um médico oftalmologista, que saberá fazer o diagnóstico da doença.”A novidade para quem apresenta os sintomas da DMRI úmida é que ao contrário da seca, existe tratamento. O maior avanço está por conta do medicamento verteporfina, conhecido pela marca Visudyneâ”, informa Moreira.

De acordo com o especialista, existem hoje no mercado outros tipos de tratamento, mas com resultados inferiores aos obtidos pela verteporfina. Nos tratamentos convencionais é utilizado o laser quente, o qual age na doença porém queima a retina, piorando a visão. Revolucinando o método, o Visudyneâ utiliza o laser a frio, que não causa danos à retina retina, e ao mesmo tempo permite a regressão da DMRI através de radicais livres que fecham e obturam os vasos que nutrem a doença.

Com este tratamento, que para Moreira é o melhor, 70 a 80% dos pacientes conseguem estagnar a doença e 10% apresentam melhora visual.

“A grande realidade é que quanto mais tempo a pessoa vive, mais chance ela tem de desenvolver a DMRI. Ao aumentarmos a expectativa de vida dos brasileiros, estaremos com um contingente cada vez maior de pessoas com essa doença”, alerta o médico.

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