O Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba tem um déficit mensal de R$ 600 mil. A instituição vive basicamente dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o diretor-geral do HC, Giovanni Loddo, os recursos passados pelo SUS são baixos. O SUS paga, por exemplo, R$ 2,55 por consulta médica feita pelo HC. Ontem, o governo do Estado repassou R$ 250 mil ao hospital, o que para Loddo irá “aliviar a situação difícil pela qual para a instituição”.
O diretor-geral disse que o HC conta com um recurso mensal de R$ 3 milhões. O ideal seria R$ 4 milhões. “O déficit é menor que um milhão, pois a cada semestre recebemos R$ 2 milhões de um convênio entre os ministérios da Saúde e da Educação (o hospital é administrado pela Universidade Federal do Paraná)”, afirmou Loddo. Ele contou que os recursos repassados ontem serão usados para reparos urgentes na infra-estrutura do HC, como a revisão nas redes de oxigênio e ar comprimido medicinal e o conserto de vários aparelhos que estão quebrados. “Vamos arrumar muito na parte hidráulica e elétrica. Assim corrigiremos uma defasagem de 41 anos”, disse Loddo, lembrando que mensalmente o HC faz 60 mil atendimentos, 1,6 mil internações e 800 cirurgias.
Esse ano o HC já recebeu, do Estado, R$ 80 mil para a-ções de combate ao câncer de mama. Nos próximos dias devem ser liberados R$ 500 mil para a construção de um instituo de pediatria, que irá centralizar todo o atendimento dado às crianças. “No orçamento do próximo ano já consta um montante de R$ 500 mil para a construção de um anexo de radioterapia e de um novo laboratório”, lembrou o governador Jaime Lerner (PFL). Ele afirmou que o “nosso HC” é de responsabilidade do Paraná, independente de ter vínculo com o governo federal. “É dever do governo ajudar um centro de solidariedade que é área de excelência como o HC”, afirmou Lerner, destacando que o hospital atende mais 500 mil pessoas anualmente, maioria delas paranaenses.
Para o secretário de Estado da Saúde, Luiz Carlos Sobania, a solução para a saúde são as parcerias. “Temos que ajudar o HC. Seria fácil dizer que ele é um problema federal. Mas nós não faremos isso”, afirmou.