Os deficientes visuais de Curitiba estão descontentes com o transporte coletivo da cidade. Não bastasse toda a dificuldade que têm para se deslocar no dia a dia, eles reclamam que alguns motoristas não estão respeitando o local exato de parada, o que representa um risco para essas pessoas.
A última vítima foi Inacir Simão, que, indo para o colégio, desembarcou de um ônibus biarticulado na estação Catedral da Fé/Alferis Poli, no centro da cidade, e como a porta do ônibus não estava corretamente alinhada com a plataforma de desembarque, acabou caindo e fraturando o calcanhar. ?Agora vou passar 15 dias de cadeira de rodas, incapaz de me locomover direito, sem poder ir à escola?, lamentou. E Inacir não foi o único a sofrer com esse problema. De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Cegos, Manoel Cardoso dos Passos, vários deficientes visuais já passaram por situações semelhantes.
Manoel revelou que encaminhou um ofício à Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), que controla o transporte coletivo na cidade, pedindo providências. ?Não estamos pedindo nada em especial, apenas atenção dos motoristas para fazer seu trabalho de forma correta. Um motorista que não consegue parar seu ônibus no local exato não poderia estar dirigindo?, disse.
Através da assessoria de imprensa, a Urbs informou que recebeu o ofício e já está estudando alternativas para solucionar o problema. A empresa revelou que pretende desenvolver um sensor com infravermelho, para que a porta do ônibus só abra se estiver corretamente alinhada com a plataforma. Hoje o motorista se baseia por uma marcação feita no asfalto. No entanto, a Urbs ressaltou que toda a operação do transporte coletivo da cidade é feita por empresas contratadas, cabendo a ela apenas a fiscalização, por isso é importante que todas as reclamações sobre problemas semelhantes sejam feitas à Prefeitura, pelo telefone 156, para que as empresas sejam notificadas e tomem as devidas providências.
