Olhai por eles

Deficientes visuais pedem mais segurança nas ruas do Água Verde

A Associação dos Pais dos Deficientes Visuais (Apadevi), situada no Água Verde, pede socorro. Hoje a instituição presta atendimento individual a 26 pessoas, de bebês até idosos, em um trabalho de inclusão dos deficientes visuais na sociedade. Entre as reivindicações estão melhorias nas calçadas, mais segurança nas proximidades, iluminação e um semáforo com indicação sonora.

A diretora da Apadevi, Daiana Espíndula Bertolin, é pedagoga e especialista em educação especial. “Ensinamos desde tarefas simples do dia a dia até técnicas de bengala, para que as pessoas possam sair para andar na rua”. Daiana, que também é deficiente visual, conta que para chegar à sede da associação sofre com os obstáculos. “Eu não consigo andar nessas calçadas. Só consigo chegar aqui pela rua, e quando têm carros estacionados, o que é permitido, atrapalham muito”.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Água Verde, Paulo Roberto Goldbaum Santos, enviou um ofício à prefeitura solicitando a retirada de árvores e arbustos que formam obstáculos nas calçadas, reforma do calçamento danificado e instalação de um semáforo com indicação sonora na esquina das ruas Samuel Cesar com Marquês do Paraná, onde fica a instituição.

Questionada pela Tribuna, a prefeitura enviou uma equipe até o local. De acordo com a administração, as calçadas são de responsabilidade dos moradores e a Secretaria de Urbanismo vai notificar os responsáveis para possíveis adequações. Sobre a retirada de árvores e obstáculos, será solicitada autorização à pasta do Meio Ambiente. Já a viabilidade de instalação de semáforo com dispositivo de som será verificada pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).

Atividades

A Apadevi existe desde 1972, mas só construiu a sede em 2008. “Fizemos quase tudo com nossos próprios recursos e uma parte através de doações particulares”, conta Daiana. Entre os trabalhos realizados está a estimulação visual, através de letras ampliadas ou braile. De acordo com a diretora, é importante desenvolver os outros sentidos com a falta de visão. “Algumas pessoas pensam que os deficientes desenvolvem outras habilidades automaticamente, mas é preciso trabalhar em cima disso”. A associação oferece aulas que incentivam o estudo paralelo em escolas convencionais, pois o convívio é positivo para todos. “As crianças com deficiência aprendem com as outras crianças, que, por sua vez, aprendem que alguns precisam de cuidados especiais”.

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