No Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado ontem, o Paraná parece ter tido pouco a comemorar. A mudança na Casa Amarela, que atende crianças com Síndrome de Down em Curitiba, e a falta de patrocínio para atletas do Goal Ball (esporte paraolímpico, com bola para cegos) são duas das reclamações dos deficientes paranaenses.

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A falta de recursos é o principal entrave para levar a frente projetos para portadores de deficiência, como atividades esportivas. Um exemplo é o de Edenir da Silva, técnico de uma equipe paranaense de Goal Ball classificada para participar do campeonato nacional, que acontece em outubro em Taubaté (SP).

Até agora, ele não conseguiu patrocínio para a viagem, no valor de R$ 1,8 mil. “É muita propaganda, mas não existem ações efetivas governamentais para auxílio aos portadores de deficiência”, lamenta.

Outra reclamação vem de pais que têm filhos portadores de Síndrome de Down. Em Curitiba, pelo menos 40 crianças são atendidas pela Casa Amarela, mantida até agora pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que, alegando problemas financeiros, transferiu a responsabilidade para a UFPR.

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“Queremos que o projeto continue do jeito que está, porque é um projeto de inclusão, não só de atendimento das crianças. Informaram que vão incluir crianças com outras síndromes, o que tira o diferencial do projeto”, critica o pai José Fiori.

O superintendente da Funpar, Pedro Steiner, justificou que mudanças foram necessárias por causa do alto custo para manter a Casa em funcionamento, cerca de R$ 45 mil por mês.

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“Ficou sem condições de continuar. Tentamos seis fontes de financiamento e nenhuma deu certo”, disse. No entanto, Steiner nega a extinção do projeto e afirmou que a única mudança que vai acontecer é que os profissionais vão ser substituídos por pessoal da própria UFPR. “Qualquer empresa fecharia o projeto. Nós vamos mantê-lo para não prejudicar as crianças”, declarou.