O elevador que dá acesso dos cadeirantes à estação-tubo da linha Campo Comprido-Pinhais, em frente à Catedral, em Curitiba, não estava funcionando até a última quarta-feira. No tubo do sentido contrário, atrás da igreja, ficou sem operar por quinze dias, voltando à serventia apenas no início desta semana. Os casos parecem isolados, mas o fato é que tem gente sendo impedida de ir e vir. Outro problema é que cadeirantes preferem andar pelas ruas em virtude das calçadas inadequadas. Segundo o presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, Mauro Nardini, o último censo de 2000 estimava que havia em Curitiba cerca de 73 mil deficientes físicos.
Foto: Allan Costa Pinto |
Elevador em frente à Catedral estaria com problemas. |
O cobrador que trabalha na estação em frente à Catedral afirma que, somente no horário em que está ali, pelo menos seis cadeirantes utilizam aquela estação-tubo diariamente. ?Não é fácil, pois tenho que parar de cobrar e ajudar a levantar a cadeira e a pessoa para que possa usar a linha?, conta o funcionário, que não quis se identificar. Incômodo não apenas para o cobrador. ?A maioria dos elevadores existentes dá problema: opera em condições precárias ou é obsoleta. Quando estão quebrados, temos que esperar que alguém nos ajude, mas nem todos têm boa vontade. Onde deveríamos ter esse dispositivo para acesso, não só não temos acessibilidade como também nos falta segurança, conforto e autonomia?, reclama Nardini.
O presidente da associação afirma que além de colocar novos e mais modernos elevadores, seria necessário substituir os que já estão ultrapassados. ?Enfrentamos esse problema diariamente. Acredito que além da falta de vontade política, ainda falta consciência de que se trata de uma necessidade?, sugere Nardini. ?Além dos elevadores, a polêmica das calçadas irregulares ainda continua. O problema está não apenas no centro, na Marechal, mas em toda a cidade. Temos que optar pelo asfalto, que não é o mais seguro?, afirma Nardini.
A Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), órgão responsável pelas estações-tubo, rebate as reclamações.
Segundo o chefe do setor de manutenção de estações-tubo, Roberto Carlos Rodrigues, existe manutenção periódica e constante dos mecanismos. ?Se percebemos que oferece algum risco ao usuário ou que não está funcionando, desativamos para, o quanto antes, colocarmos em operação em condições adequadas. Posso garantir que mesmo que a aparência seja de precariedade, todos os elevadores que funcionam são seguros. A gente não mede esforços para deixar tudo em ordem?, garante. A Urbs ainda informa que para o próximo ano novos elevadores e outras garantias de acessibilidade na rede de transportes urbanos já estão previstos.