Cerca de 500 deficientes físicos cadastrados no Serviço Social da Associação Paranaense de Reabilitação (APR), em Curitiba, estão deixando de ser encaminhados para o mercado de trabalho porque os dados de suas fichas estão desatualizados. O alerta é da própria entidade, que acaba de firmar convênio com duas empresas privadas -a C&A e a Ferramentas Gerais (ICO Comercial) -, mas está encontrando dificuldades em localizar os cadastrados que mudaram de telefone ou endereço.
“Há vagas, mas não temos como entrar em contato com eles”, lamenta a assistente social da APR, Rosana Clabond Almeida. Segundo ela, a entidade conta com cadastros de aproximadamente mil deficientes físicos, dos quais quase a metade está desatualizada e desempregada. Em agosto, quando a APR iniciou o recadastramento, o número era bem maior – cerca de 800. Mesmo com a redução, o problema ainda é grave, salienta.
“É a primeira vez que empresas privadas fazem contrato com a APR para a colocação de profissionais”, conta a assistente social. Até então, apenas o governo estadual havia firmado convênio. São 430 deficientes físicos trabalhando nas secretarias de Estado há quase 18 anos. “Agora, as empresas têm que atender a Lei 8.213 (artigo 93) de ter 2% a 5% das vagas ocupadas por deficientes físicos”, lembra Rosana. A fiscalização, lembra que fica por conta do Ministério Público do Trabalho.
Administração
Pela própria deficiência, esses trabalhadores atuam geralmente na área administrativa. “É mais tranqüilo”, diz. Um dos problemas, no entanto, é a falta de qualificação. “A gente tem que atender o que a empresa solicita, e ela tem interesse em pessoas capacitadas. Às vezes, por falta de qualificação, eles (deficientes físicos) não são contratados”, lamenta Rosana.
Na tentativa de suprir essa deficiência, a APR firmou convênio com o Senac para oferecer cursos de qualificação na área administrativa. “Temos cadastrados de tudo quanto é nível: de primeiro grau incompleto a terceiro grau completo”, conta. Quando contratados, os deficientes não têm salário diferenciado dos demais. “A capacidade deles é tão boa quanto a nossa ou melhor. O problema é que ainda existe um pouco de preconceito.”
Atualização
A APR solicita que todos os deficientes físicos que já fizeram cadastro na instituição liguem para o (41) 352-3044, ramal 123 (Naira, Rosane ou Estela) e agendem a data para fazer a atualização de seus dados. Pessoas que ainda não têm cadastro na instituição também podem procurar a APR no mesmo número. O deficiente físico não cadastrado deve ter em mãos RG, CPF, título de eleitor, carteira de trabalho, número do PIS e um laudo médico que comprove o tipo de deficiência. O laudo pode ser adquirido com os médicos nos postos de saúde.