Acusados de crime de lavagem de dinheiro na esteira da Operação Integração, a ex-primeira-dama Fernanda Richa e seu filho André Richa pediram na noite de quarta-feira (27) a nulidade da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), e acolhida em fevereiro pelo juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba. De acordo com a defesa, assinada pelo escritório Eduardo Sanz Advogados Associados, o dinheiro utilizado nas empresas da família Richa tem origem lícita, fruto de uma “herança multimilionária”.
+ Fique esperto! Perdeu as últimas notícias sobre segurança, esportes, celebridades e o resumo das novelas? Clique agora e se atualize com a Tribuna do Paraná!
“O pai da Fernanda, Tomaz Edison de Andrade Vieira, foi o líder do Banco Bamerindus S/A desde meados da década de 1970, até seu trágico falecimento em um acidente aéreo no interior do Paraná, em 1981. O Banco Bamerindus era uma empresa familiar, fundada pelo avô da Fernanda, o conhecido banqueiro paranaense Avelino Antonio Vieira. Por ocasião do falecimento de seu pai, a Fernanda herdou significativo patrimônio, inclusive participações acionárias em empresas do Grupo Bamerindus, um dos principais grupos empresariais e financeiros do Paraná”, explica a defesa.
+ Leia mais: Suspeita de traição gera briga entre major e coronel dentro do Detran. Funcionários se assustaram!
Na denúncia, o MPF acusa Fernanda Richa de ocultar a origem de R$ 930 mil, quando da compra de um imóvel pela Ocaporã Administradora de Bens S/A. A empresa está formalmente no nome dela e de um dos filhos, André Richa, também denunciado. O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e o contador da empresa, Dirceu Pupo Ferreira, também estão na lista de acusados por crime de lavagem de dinheiro. Na visão do MPF, embora não esteja formalmente vinculado à empresa, Beto Richa era quem tinha “poder de mando” nas negociações imobiliárias. Todos negam ilicitudes.
+ Leia também: Crime brutal assusta até policiais no bairro Tatuquara, em Curitiba
Os advogados de Fernanda Richa explicam que, para “evitar a dispersão patrimonial” da Fernanda, foram constituídas duas empresas, a BFMAR Administradora de Bens Ltda, criada em 31 de agosto de 1998, e a Ocaporã Administradora de Bens Ltda, aberta em 3 de dezembro de 2008. “As mencionadas empresas foram constituídas com o fim de gerir e administrar, por intermédio de profissionais competentes na área, a herança multimilionária”, reforça a defesa.
“Trata-se, portanto, de patrimônio lícito, de origem comprovada, declarado pela Fernanda para todas as autoridades competentes, na forma e tempo requeridos pela legislação brasileira em vigor”, afirmam os advogados.
+ APP da Tribuna: as notícias de Curitiba e região e do trio de ferro com muita agilidade e sem pesar na memória do seu celular. Baixe agora e experimente!
Para o MPF, o dinheiro utilizado na compra do imóvel, e pago “por fora”, vem de esquema de corrupção. Na Operação Integração, o MPF investiga pagamento de propina ao grupo político de Beto Richa, por parte de empresários ligados aos contratos de pedágios instalados nas rodovias do Anel de Integração.
Governo Bolsonaro muda regras e dificulta a abertura de novos concursos públicos