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Defesa de Beto Richa pede soltura a Gilmar Mendes; Ex-governador foi transferido do Batalhão da PM

O ex-governador Beto Richa foi transferido na manhã desta quinta-feira (31). Fotos: Cassiano Rosário/Gazeta do Povo.
O ex-governador Beto Richa foi transferido na manhã desta quinta-feira (31). Fotos: Cassiano Rosário/Gazeta do Povo.

A defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB) pediu, na noite da última quarta-feira (30), a extensão do habeas corpus concedido ao irmão do tucano, Pepe Richa, em outubro do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-governador está preso desde a última sexta-feira (25) no Regimento de Polícia Montada Coronel Dulcídio, em decorrência das investigações da Operação Integração, do Ministério Público Federal. Ele será transferido nesta quinta-feira (31) para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O pedido dos advogados do tucano contraria uma decisão proferida pelo ministro Luiz Fux na última terça-feira (29). Como resposta à Procuradoria-Geral da República (PGR), Fux decidiu que todos os pedidos relacionados à Operação Integração devem ser apreciados pelo ministro Luís Roberto Barroso, sorteado relator do caso no STF. A petição da defesa de Richa, entretanto, foi protocolada na reclamação 32.081 – relacionada ao habeas corpus de Pepe Richa – que está sob relatoria de Gilmar Mendes.

O argumento principal dos advogados é de que a segunda prisão de Richa desrespeita decisão tomada pelo próprio Gilmar Mendes em setembro do ano passado, quando o tucano foi detido pela Operação Rádio Patrulha , do Ministério Público do Paraná (MPPR). Na época, Mendes determinou que fossem revogadas as prisões baseadas nos mesmos fatos utilizados pelo MPPR para justificar a prisão do ex-governador.

Segundo os advogados, o novo decreto prisional não apresentou novidades e “esquentou” os mesmos fatos já apurados na Operação Rádio Patrulha – e, por isso, seria um desrespeito à decisão proferida por Mendes após a primeira prisão do tucano.

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Imbróglio jurídico

Em setembro do ano passado, quando Richa foi preso pela primeira vez, a defesa do ex-governador pediu um pedido de habeas corpus dentro da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 444, que está sob a relatoria de Gilmar Mendes. Na época, a soltura já havia sido negada pelo Tribunal de Justiça do Paraná e também pelo Superior Tribunal de Justiça.

O argumento era de que a prisão temporária do ex-governador era, na verdade, uma espécie de “condução coercitiva disfarçada”, ou seja, teria sido realizada somente para que Richa prestasse depoimento. A condução coercitiva já havia sido proibida pelo STF.

De acordo com a PGR, entretanto, o procedimento foi um “subterfúgio processual” para que o caso fosse submetido a Gilmar Mendes. Para evitar que isso acontecesse novamente, a procuradora-geral Raquel Dodge protocolou, ainda na sexta-feira (25), um pedido para que o STF reconhecesse que Luís Roberto Barroso é o relator dos casos relacionados à Operação Integração – e que, por isso, novos pedidos teriam que ser submetidos a ele, e não a Gilmar Mendes.

A decisão do ministro Luiz Fux acolheu parte dos argumentos da PGR, determinando que os novos pedidos sejam submetidos a Barroso. Pelo despacho do ministro, entretanto, casos que já foram decididos por Gilmar Mendes no âmbito da Operação Integração – como a soltura de Pepe Richa – não devem ser revistos.

 

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