O prefeito de Curitiba, Beto Richa, assinou ontem um decreto reduzindo em 50% os valores pagos mensalmente pelos jornaleiros da capital pelo uso do solo. Segundo o presidente do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas do Estado do Paraná, Gregório de Bem, os profissionais da cidade chegavam a pagar até 14 vezes mais do que os de outras capitais. Em Brasília, por exemplo, uma banca na Esplanada dos Ministérios pagava uma taxa de R$ 465 por ano, enquanto um jornaleiro da Rua XV de Novembro, no centro da cidade, desembolsava R$ 565 por mês.
Além de Brasília, outro exemplo pode ser dado para referendar as altas taxas cobradas na capital paranaense. O dono de uma banca na Avenida Paulista, em São Paulo, paga por ano R$ 900 pelo uso do solo, enquanto um curitibano paga R$ 6.780. ?Agora os custos vão baixar pela metade?, comemora o presidente do sindicato, embora ressalte que os jornaleiros ainda estão pagando bem acima do que o apresentado em outras cidades. A taxa cobrada pelo município variava de R$ 75 a R$ 565 por mês, conforme o tamanho da banca e a sua localização. Gregório explica que nos últimos anos os valores foram subindo muito e a categoria passou a enfrentar dificuldades para quitá-los.
Segundo Gregório, há três anos a categoria vinha lutando para reduzir o valor cobrado. Depois de muitas reuniões e da entrega de planilhas com os custos dos jornaleiros de outras cidades brasileiras, a Prefeitura resolveu reduzir em 50% o valor cobrado. ?Agora vai sobrar mais dinheiro para investir na própria banca?, comenta.
O decreto beneficia proprietários de 265 bancas de rua. Para o presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais e Revistas do Paraná, Abdo Aref Kudri, o decreto permite a ampliação dos negócios de quem está nesse ramo de atividade. As grandes bancas têm hoje em estoque cerca de 2,7 mil títulos e vendem diariamente, só na capital, aproximadamente 7 milhões de jornais, periódicos, revistas e similares.
