Os moradores de Londrina, na região norte do Estado, não podem mais alimentar pombos em áreas públicas ou privadas. O ato, agora considerado ilegal, consta no Decreto Municipal 320/2009, assinado ontem pelo prefeito em exercício, José Roque Neto.
O documento, além de proibir o fornecimento de alimentos aos pássaros, também forma uma comissão multissetorial para combater a superpopulação de pombos na cidade.
Neste mês, dois pacientes foram hospitalizados vítimas da criptococose, doença transmitida pelas fezes de pombos, que abrigam o fungo causador da enfermidade. Primeiramente, o fungo se instala nos pulmões, mas pode chegar a outros órgãos, especialmente no cérebro.
Segundo o secretário municipal de Agricultura e do Meio Ambiente, Florindo Dalberto, a superpopulação de pombos em Londrina vem causando problemas há muito tempo e sempre foi alvo de polêmica. Quem dá comida aos pássaros ajuda na mantê-los no ambiente urbano e ainda contribui para o desequilíbrio de exemplares da espécie.
“Os pombos, quando forçados a procurar alimentos, dispensam energia nisso e a taxa de reprodução cai. Os pássaros vão achar alimento e podem migrar para outros locais. O problema não é o pombo, mas a superpopulação”, explica. De acordo com ele, a intenção não é autuar quem infringir a medida, mas criar a conscientização.
O secretário lembra que, no ano passado, houve proposta de matar os pombos que ficam na cidade. Dalberto afirma que o problema dos pássaros ficou “sem dono” e o decreto assinado ontem vai permitir uma cobrança por parte dos moradores de Londrina. “Antes, existiram ações difusas, feitas por diversos órgãos. Agora, haverá uma ação imediata e a população vai saber de quem cobrar”, esclarece.
O decreto também criou um grupo composto por diversas secretarias municipais que vão formular propostas para o manejo e controle dos bichos. “E não existe isso de caça aos pombos”, avisa. O decreto ainda prevê a colocação no ar de um site com orientações e que abre um canal para opinião e sugestão dos moradores.