Donos de vans em Curitiba estão descontentes com um decreto baixado no mês passado pelo prefeito Cássio Taniguchi. O documento limita o tipo de passageiros que eles podem transportar. Devido a esta medida, calculam que haverá uma queda de 70% no movimento. Muitos temem perder os veículos por não ter dinheiro para pagar as prestações de financiamentos.
Os perueiros reclamam que não podem mais prestar serviços para pessoas físicas, somente para empresas. No caso do transporte de universitários, as próprias faculdades teriam que fazer um contrato. “As universidades não vão querer se responsabilizar por isto”, queixa-se o perueiro Henry Hayashi.
Segundo o gerente da área de táxi e transporte da Urbs (empresa que gerencia o transporte de passageiros em Curitiba), José Carlos Gomes Pereira Filho, nunca foi permitido contrato com pessoa física. “Se isto fosse aprovado, haveria a possibilidade de haver contratos em cada ponto da cidade”, diz.
Outro reclamação dos proprietários seria com relação ao pedido de autorização que devem fazer para transportar passageiros para eventos especiais como casamentos, feiras e congressos. “Como fica se a gente recebe pedido na sexta-feira à tarde, se A Urbs não faz plantão?”, questiona Hayashi. Mas, segundo Pereira Filho, está situação não é comum. Além disto, antes da multa vem a notificação, e os donos de vans podem apresentar defesa nestas ocasiões.
O perueiro José Roberto Mariano diz que 30% dos seus clientes são destes eventos. “A gente paga todas as taxas e impostos e não consegue trabalhar”, critica. Fábio Fantim, também dono de van, está preocupado, pois têm que dar conta de dois financiamentos e só não sabe como, já que o número de passageiros diminuiu em 70%. O perueiro Sandro dos Santos afirma que, do jeito que está, é melhor operar na clandestinidade.