A decisão sobre a criação do Processo de Ocupação de Vagas Remanescentes (Provar) da Universidade Federal do Paraná foi adiada para o dia 27. Segundo o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, na reunião de ontem, não houve entendimento entre o Conselho de Ensino e Pesquisa (Cepe) e o Diretório Central de Estudantes (DCE). Os alunos não querem que as vagas sejam preenchidas já que em muitos cursos falta professores e infra-estrutura. Mas o reitor afirma que não existe lógica na argumentação, já que não serão criadas mais vagas, apenas preenchidas as que a universidade possui.
Estão sobrando na UFPR 1.247 vagas distribuídas em todos os cursos. Para o reitor, preencher o quadro é uma questão de responsabilidade e prestação de contas para a sociedade que paga o ensino na universidade através de seus impostos. Ele questionou que não é justo um estudante ficar pagando pelo curso em uma universidade particular se existem vagas na Federal. Ele também argumentou que não tem sentido oferecer 4 mil vagas de ingresso por ano, se parte delas vai deixar de existir logo depois.
Qualidade do Ensino
A diretoria da Associação de Professores da Universidade Federal (APUFPR-SSind) estive presente no encontro e se mostrou a favor do preenchimento das vagas. No entanto, como os estudantes, acha seria importante o Aprovar estar atrelado a um processo de contratação de mais docentes. “Não há como negar que se o projeto for aprovado sem mais professores e pessoal do corpo técnico-administrativo, a qualidade do ensino vai deteriorar”, diz o presidente Francisco de Assis Marques. Ele frisa ainda que está é a opinião da diretoria, já que não houve para realizar uma assembléia.
Para Marques seria importante aproveitar o momento político do país para pressionar a contratação de mais docentes pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). “Não estão sendo substituídos nem os professores que faleceram”, diz.
De outro lado, Moreira explica que no Aprovar cada coordenação de curso terá abertura para dizer quantas vagas tem condições de oferecer. “Mas eles vão ter que mostrar porque não estão oferecendo a capacidade máxima”, fala. O reitor ressalta ainda que a Universidade tem condições de arcar com a entrada destes novos alunos.
O presidente do APUFPR-Ssind também questiona alguns tópicos do projeto que, para ele, deveriam ser discutidos até a exaustão, antes de ser aprovado. Acha que até o dia 27 O Cepe não terá tempo de tomar uma decisão consciente. O Cepe é formado pelo reitor, vice-reitor, representantes de todos os setores da universidade, de três alunos e representantes da sociedade.
Caso a criação seja aprovada, o primeiro exame deve ser aplicado já em fevereiro de 2003. Alunos de qualquer outra instituição de ensino superior do país poderão concorrer, desde que freqüentem o mesmo curso em que pretendem entrar na UFPR. Serão colocadas em disputa todas as vagas ociosas a partir do 3.º ano de cada curso já que as vagas de 1.º e 2.º anos são preenchidas ao longo das diversas chamadas que ocorrem após o vestibular.
