Começou a correr o prazo de 90 dias determinado pela sentença do Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (TRT-9), em cumprimento ao pedido de execução de uma ação judicial na 1.ª Vara do Trabalho de Curitiba, movida pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), em dezembro de 2002, questionando as contratações precárias da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar). A decisão coloca fora do quadro de funcionários do Hospital das Clínicas (HC) exatos 936 profissionais, mais de um terço do total de pessoas que garantem os serviços prestados diariamente pela instituição.

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As incertezas envolvem tanto a comunidade atendida pelo HC, quanto os próprios funcionários, muito deles, com a rotina misturada a história do hospital.

A secretária da unidade ambulatorial Carmen Luiza Moreira, 44 anos, diz que lutará até o 90.º dia do prazo da notificação apresentada Funpar na última segunda-feira. “Iria completar 23 anos neste hospital e para mim ser desligada daqui representa ser expulsa da minha própria casa”, desabafa. “Vejo essa situação como uma traição por parte dos patrões, pois a ação judicial poderia ter sido revertida se houvesse interesse, assim como poderiam ter viabilizado meios legais para as contrações , pois isso se arrasta há mais de 10 anos”, avalia. É justamente amparado no caráter irregular das contratações da Funpar, que fere a legislação trabalhista, que a assessoria do MPT-PR justificou a denúncia. “Ninguém imagina o quanto esses funcionários são envolvidos com o HC. Em todos esses anos, várias vezes pensei na dor dos pacientes antes da minha para não faltar. Sem os 986 funcionário, o HC fecha as portas”, afirma.

Sobre a viabilidade do funcionamento do HC após o cumprimento da decisão, bem como o desligamento dos funcionários contratados pela Funpar, o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, vai se pronunciar hoje, às 11h, no prédio da Reitoria. Ele também falará sobre a greve dos servidores técnico-administrativos da UFPR.

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