Ficou para hoje o início dos debates ?oficiais? sobre as sementes Gurts, ou terminators. O debate sobre o tema, previsto para ocorrer na tarde de ontem, no grupo de trabalho I da COP8 foi adiado devido ao atraso nas reuniões do grupo. Na pauta vespertina de ontem, estavam programados os debates sobre o biodiversidade das águas continentais e sobre a biodiversidade na agricultura (que engloba a questão das terminator). No entanto, os longos discursos das delegações a respeito da proteção dos mares e uma manifestação da Via Campesina internacional contra a nova tecnologia para sementes atrasou toda a programação.
Por volta das 16h30, horário previsto para o início dos debates sobre a agricultura, um grupo de cerca de 20 camponesas, que até então assistiam aos debates do grupo de trabalho, levantou-se de suas cadeiras e, portando cartazes e velas dirigiram-se à frente da plenária, em manifestação favorável à manutenção da moratória à tecnologia Gurts.
Com cartezes escritos em diversas línguas, com frases como ?Não vamos nos vender? e ?Essas sementes são suicidas?, as camponesas permaneceram em pé na frente de todas as delegações durante alguns minutos. Até que o presidente do grupo de trabalho, o irlandês Matthew Jebb, interferiu: ?Estamos presenciando um protesto, um protesto legítimo. É muito importante sabermos a opinião dos cidadãos do mundo. Espero que essa manifestação nos ajude a tomar as melhores decisões?. Assim, sob aplausos, as manifestantes deixaram, cantando, a sala de conveções. ?Foi uma maneira de, além de expressarmos nossa opinião, mostrarmos que estamos atentos ao que eles vão discutir lá. As velas eram para iluminar os pensamentos dos delegados, que estão prestes a tomar uma decisão que afetará toda a humanidade?, comentou a canadense Karen Pederson, uma das manifestantes. Porém, devido ao atraso, só hoje se saberá que efeito o protesto teve perante as delegações.
