O debate sobre a prorrogação das concessões de pedágio esquentou ontem na Assembleia Legislativa. Os deputados estaduais Chico Brasileiro (PSD) e Nelson Luersen (PDT) usaram a tribuna pra atacar a proposta de renovar antecipadamente por 24 anos os contratos com as concessionárias que administram 1,8 mil quilômetros de rodovias.
O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), jogou a decisão pro governo federal.
O deputado federal Aliel Machado (PCdoB) bateu duro na intenção do governador Beto Richa de dar mais 24 anos pras concessionárias. Nem mesmo o deputado federal Ricardo Barros (PP), marido da vice-governadora Cida Borghetti (Pros), defendeu a renovação. “Queremos que o governo (estadual) mostre um plano com investimentos e, talvez, um prazo maior pra amortizar esses investimentos. A decisão será tomada de acordo com as vantagens e desvantagens apresentadas”, disse Barros.
“Este não é um momento de simplesmente falarmos em renovação porque este pode ser um grande golpe na nossa economia”, disse Chico Brasileiro. De acordo com os estudos da Ocepar, a média paga por veículos pequenos no Paraná é de R$ 11,05 a cada 100 quilômetros, enquanto no Sistema Dutra, em São Paulo, é de R$ 4,58.
A Ocepar divulgou levantamento que mostra impacto de 36,67% do pedágio sobre o custo do transporte da produção de Foz do Iguaçu até Paranaguá – são R$ 750,40 pra um caminhão de cinco eixos. Numa distância menor, entre Ponta Grossa e Paranaguá, o impacto é de 25,9%, pagando-se R$ 231,20 em pedágios. A cobrança do pedágio representa ainda impacto de 7,9% no custo de produção do milho e de 2,9% no da soja, se considerado o transporte desses produtos de Foz a Paranaguá. O faturamento das concessionárias no Paraná em 2014 foi de R$ 1,84 bilhão.