DCE da UFPR reclama da falta de professores

A falta de professores não é problema apenas das universidades estaduais. Alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) reclamam que as vagas de professores que se aposentaram não foram preenchidas. O resultado: o ano letivo começou há dez dias, e não há professores em sala de aula. O problema atinge, segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE), especialmente os cursos de Psicologia, Enfermagem, Engenharia Elétrica, Terapia Ocupacional.

“Há três anos, havia 32 professores efetivos no curso de Psicologia. Hoje são apenas 13”, afirma Melissa Rodrigues Almeida, 22, aluna do 4.º ano de Psicologia e coordenadora-geral do DCE. Segundo ela, apenas no semestre passado houve a perda de 12 professores efetivos. “Estamos com quase 15 disciplinas sem aulas”, conta. Para ela, a contratação de professores substitutos compromete a qualidade de ensino. “Em algumas aulas, as salas ficam inchadas de alunos”, conta.

De acordo com Melissa, o caso da Psicologia não é isolado. “Há cursos que enfrentam problemas semelhantes, como Engenharia Elétrica, Enfermagem, Terapia Ocupacional”, afirmou. “Estamos tentando marcar audiência com o ministro da Educação para pedir a contratação imediata de professores.”

NAA

De acordo com a diretora do Núcleo de Acompanhamento do Aluno (NAA), Rosana Albuquerque de Sá Brito, a Andifes está negociando com o MEC a contratação de professores. “O ministro (Tarso Genro) está falando em algo em torno de 8 mil professores. Entre 200 e 250 viriam para a UFPR”, afirmou Rosana. No ano passado, o quadro de professores da UFPR era de 1.630 – 6% a menos do que em 1999, quando eram 1.727. Já o número de alunos passou de 15 mil para 20 mil no mesmo período.

Segundo ela, uma das principais questões é a falta de formação específica para determinada disciplina. “Em Psicologia, por exemplo, não há falta de professores no curso como um todo, mas em algumas áreas específicas. Temos número de professores suficiente, mas não conseguimos cobrir certas áreas.” De acordo com Rosana, a debandada de professores se deve à política de incentivo à aposentadoria, adotada pelo governo FHC.

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