O custo do vandalismo no sistema de transporte em Curitiba chega a uma média de R$ 270 mil por mês. Entram nesta conta vidros pichados, janelas quebradas, estações tubo, ônibus danificados e equipamentos como sanitários, torneiras, azulejos, espelhos e paredes danificados ou pichados em terminais de transporte. A soma dos prejuízos no sistema, até setembro, chega a quase R$ 2,5 milhões.

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“São custos absurdos, que não podem ser pagos pela sociedade”, afirma o presidente da Urbs, Urbanização de Curitiba S/A, Marcos Isfer destacando ser impossível medir o custo real. “O verdadeiro custo do vandalismo é o do medo e do risco”, diz ele. “Quando um vândalo joga uma pedra contra um ônibus, ele está ameaçando a vida de pessoas. Quando ele picha uma placa de trânsito, ele está criando condições de risco para motoristas e é isso que precisa ser resolvido com urgência”, afirma.

A partir do que considerou uma tragédia acontecida no domingo, quando 28 ônibus foram depredados após o clássico Atletiba, a Urbs, diz seu presidente, está estudando sugestões de medidas a serem apresentadas à sociedade. “Precisamos nos unir nesta luta contra o vandalismo porque o que está em risco vai muito além do custo financeiro que é extremamente alto”, afirmou.

Levantamento feito pela Urbs mostra que só a reposição de vidros de janelas de ônibus riscados até setembro deste ano custaria em torno de R$ 2,2 milhões a preços atuais. Para dar idéia do que isso representa, o sistema tem 35.492 janelas de ônibus e destes, 11.391 foram riscados neste ano. Boa parte das janelas riscadas por vândalos são de ônibus totalmente novos, modernos, mais seguros e confortáveis, que acabaram de entrar na frota. Curitiba tem uma frota operante de 1.910 ônibus com um índice de renovação, a partir de 2005, de quase 60%. Ou seja, até o fim deste 1.120 ônibus zero quilômetro terão entrado na frota a partir de 2005.

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No caso das estações tubo o vandalismo representou um prejuízo, só com a reposição de vidros neste ano, de R$ 139, 5 mil. No ano passado o custo da troca de vidros das estações em função de vandalismo, chegou a R$ 382,8 mil. Curitiba tem 364 estações que, somadas, têm cerca de oito mil vidros.

Depredadores de patrimônio público também são responsáveis por uma série de prejuízos causados aos terminais. Como a manutenção é diária, feita por equipe própria da Urbs, os custos se diluem nos orçamentos de manutenção. Mesmo assim, só a troca de metais e sanitários de banheiros e a repintura de paredes em terminais representou um custo adicional, neste ano, de R$ 15,8 mil.

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Vale lembrar que ao longo deste ano, 20 dos 21 terminais de ônibus passaram por reformas que foram prejudicadas pela ação de vândalos. Em vários terminais, a depredação em sanitários, espelhos, equipamentos internos aconteceu em pleno período de obras, exigindo um esforço duplo das equipes de trabalho.

O presidente da Urbs explica que toda a estrutura de fiscalização da empresa, o apoio das forças policiais e a ação permanente da Guarda Municipal estão voltadas para o combate ao vandalismo incluindo o sistema de transporte. “Mas precisamos de uma mobilização maior, que envolva a sociedade como um todo, que envolva poder público e iniciativa privada para que possamos acabar de fato com o vandalismo. É a partir desta premissa que estamos preparando um elenco de sugestões a serem apresentadas à sociedade para que possamos atuar juntos nessa luta que é de todos nós”, afirmou.