Mesmo na berlinda dos debates presidenciais, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) desperta inúmeras dúvidas por quem possui interesse em fazer um curso técnico ou de qualificação, porém, não dispõem de folga no orçamento para investir no aprimoramento profissional. Dependendo do órgão que pactua o programa com o governo federal, os cursos exigem requisitos específicos de renda, escolaridade ou perfil, mas a iniciativa possibilita a todos os brasileiros a se inscreverem pela internet a fim de serem notificados das vagas remanescentes.
Essa variedade de parceiros como Secretaria Estadual de Educação (Seed), Fundação de Ação Social (FAS) e instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) pulverizaram o alcance do programa e os interlocutores que fazem a ponte entre estudantes e cursos de educação profissional e tecnológica.
A interlocutora do Pronatec no Centro Internacional de Inovação (C2i), no Sistema da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Fernanda Cristina Leite de Oliveira, explica que são os mesmos professores que ministram os cursos do Sistema Fiep e das turmas do Pronatec. “A qualidade é a mesma, só que os dados dos alunos do programa precisam ser registrados no Sistema de Segurança Digital do Ministério da Educação (SSD), por isso que as turmas não podem ser mistas (com alunos que não são via Pronatec)”, esclarece.
Quanto ao auxílio financeiro, nos cursos oferecidos pelo Senai na Fiep, por exemplo, os alunos recebem R$ 2 por hora aula, totalizando R$ 8, que são destinados basicamente ao transporte e lanche. “Esse valor é depositado mensalmente ao longo do curso, seja de qualificação (com duração de 160 horas), seja técnico (come duração de 1.600 horas)”, acrescenta a orientadora pedagógica do C2i, Daniela Kochanny.
Felipe Rosa |
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Matheus entrou no curso de redes de computadores através do colégio. |
Além desse apoio, o estudante também poupa o valor da mensalidade que, segundo Daniela, fica na faixa entre R$ 500 e R$ 600, e do material didático. “Além desse valor, os cursos oferecidos são criados a partir da necessidade presente e futura da indústria e com uma metodologia que prima pelo desenvolvimento da competência, já que essa é a razão de ser do próprio Senai”, acrescenta.
Contínuo
O estudante Matheus Eduardo Lopes, 20 anos, que concluirá no segundo semestre de 2015 o curso técnico em Redes de Computadores, exemplifica os desdobramentos do Pronatec. Há dois anos, ele se inscreveu no curso via programa por intermédio do Colégio Estadual Euzébio da Motta. “Não sabia muita coisa de instalação e roteamento, mas hoje me sinto preparado. Só não fiz estágio, porque as aulas do curso foram à tarde”.
Além de querer trabalhar na área, o jovem visa obter outras certificações na área para aprofundar o conhecimento e a empregabilidade. “Os caminhos para acessar o Pronatec não são lineares e, dependendo do curso, possuem outros programas por trás, mas esse resultado de auxiliar quem quer se qualificar é o que resume o programa”, resume a interlocutora Fernanda.