Cada vez mais os problemas sociais estouram nas escolas. Drogas, brigas e falta de disciplina são alguns dos exemplos. A diretora do Colégio Estadual Gottlieb Müller, no Boqueirão (zona sul de Curitiba), Laurita Stoco, conta que a situação na escola é preocupante. Segundo ela, é comum os alunos serem assediados por gangues, sem falar na violência que ocorre entre eles mesmos. Para minimizar esses problemas, a ONG Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (Iddeha) começou ontem o projeto “Escola da Paz”, que vai capacitar líderes comunitários, professores e policiais para enfrentar e mudar essa realidade.
A coordenadora do projeto, Dinorá Almeida, explica que a idéia é preparar “multiplicadores” para agir na comunidade através de projetos e outras ações. Ela exemplifica que no caso de uma gangue que depreda a escola, não se pode puni-los. O caminho é chamá-los para participar do dia-a-dia da escola.
Violência
De acordo com Laurita é comum grupos de jovens ficarem em frente ao colégio em horários de entrada e saída. Eles fazem barulho e ainda cobram pedágio dos alunos. Pedem dinheiro, tênis e outros objetos. Na semana passada, um menino paquerou uma estudante. O namorado dela ficou sabendo e levou vários colegas para bater no menino. Há pouco uma bolsa sumiu na escola, e os alunos acusaram injustamente um menino. Na saída do colégio, ele apanhou tanto que tiveram que chamar o Siate.
O curso acontece no Colégio Estadual Santos Dumont, na Vila Guaíra. Segundo o professor de português Benjamim Bogo, a violência na região é generalizada. Ele conta que a maior parte dos alunos é carente, tanto de bens materiais como afetivamente. Muitas vezes os professores não estão preparados para lidar com a situação. O curso também abre uma discussão sobre esse aspecto. Os participantes receberão certificados de extensão da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR). A iniciativa é financiada pelo Ministério da Justiça.