A qualidade do ar está em discussão em Curitiba. Profissionais da área estão participando de um curso patrocinado pelo Banco Mundial e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo a engenheira química do Departamento de Tecnologia Ambiental do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luciana Arzua, a capacitação vai ajudar na aplicação da lei sobre a gestão da qualidade do ar sancionada no ano passado no Estado.
O curso está dentro do Programa Iniciativa do Ar Limpo nas Cidades da América Latina e tem o objetivo de capacitar técnicos e profissionais nestes locais para melhorar e prevenir problemas referentes a qualidade do ar. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde entre 2% e 5% das mortes em áreas urbanas estão relacionadas a poluição atmosférica. Além disso, também são graves os problemas ambientais, como o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa.
O ar em Curitiba
Segundo Luciana, o ar em Curitiba está dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira e no fim deste mês vai ser divulgado o relatório anual sobre a sua qualidade em 2002. Ela explica que o curso também vai ajudar na aplicação da legislação específica do ar, a lei 13.806/02, sancionada em setembro do ano passado. Os profissionais vão estar melhor preparados para atendê-la. Nela, foi estabelecido um percentual de emissões de gases que as empresas podem soltar na atmosfera. Até o fim do ano, todas devem apresentar ao IAP um relatório sobre suas condições. Se estiverem fora dos limites exigidos, tem até 5 anos para se adequarem.
O professor de Engenharia Ambiental da Universidade Federal, Eduardo Felga Gobbi, também afirma que o curso vai abrir oportunidades de trabalho, já que cada vez mais as empresas sentem a necessidade de contratar um profissional desta área. Além disso, ressalta que a necessidade de capacitação é constante já que a cidade pode apresentar sérios problemas no futuro. Ele explica que o maior agente causador da poluição são os automóveis e nos últimos 10 anos a frota de Curitiba teve um aumento substancial. “Se o crescimento continuar nesse ritmo, precisamos estar preparados para combatê-lo”, diz Gobbi. Ele afirma ainda que em Curitiba existe alguns pontos que permanecem por curtos períodos com ar impróprio, mas de um modo geral não há problemas.
O lançamento do curso é simultâneo em 30 cidades brasileiras, foram escolhidas as mais populosas e mais propensas a ter problemas relacionados a poluição. No Paraná, o lançamento do curso foi no auditório do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) promovido pelas Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, IAP, UFPR e Simepar. O programa tem apoio ainda da Environment Protection Agency e da Organização Pan-Americana de Saúde. São oito tele-aulas com espaço para debates, intercâmbio de informações e experiências em monitoramento da poluição e seus impactos sobre a vida urbana.
