Fugindo da folia

Curitibanos que não gostam de carnaval também têm vez

Quem acha que o Brasil é apenas o país do Carnaval está enganado. Em dias de folia, o que muita gente quer é passar longe de marchinhas, carros-alegóricos e da festa que toma conta das ruas durante quatro dias.

Curitiba, que sempre teve fama de ser uma cidade atípica, por ser um reduto de quem não aprecia o Carnaval, em 2014 resolveu dar um “update” nas festividades, que acontece na Avenida Marechal Floriano.

Ainda assim, alguns curitibanos se recusam a sambar na passarela. A estudante de geografia da UFPR, Caroline Mangueira, 26 anos, usa o tempo livre do feriado para colocar a lista de filmes em dia. “Sabe aqueles que nunca dariam tempo de assistir num final de semana só? Pois bem, esses daí mesmo”, comentou.

O DJ e professor Márcio Fernandes, 39 anos, aproveita o Carnaval para “colocar algumas pendências domiciliares em dia, como consertos e organização de coleções”.

Fernandes é apaixonado por discos de vinil e, por isso, não se faz de rogado na hora de ouvir seus LPs prediletos durante a folia. Com uma coleção que conta com os britânicos do The Smiths e Joy Division, passando pela música eletrônica vanguardista dos alemães do Kraftwerk, para desembocar no rock brasileiro dos anos 80 com RPM, Uns e Outros e banda Zero, o DJ reúne os amigos em casa para ouvir um som.

Segurança

Acervo Pessoal
Caroline diz que no Carnaval as pessoas já saem de casa preparadas para fazer coisas erradas.

Mesmo com toda a alegria que o Carnaval oferece, a questão da segurança ainda afasta muita gente dos desfiles e festividades que tomam conta das ruas de Curitiba.

“O quesito segurança vem se tornando um ponto cada vez mais seletivo. Se a pessoa já não gosta de folia e bagunça, não correr riscos em estradas e aglomerações acaba sendo decisivo nas escolhas daquilo a se fazer nos dias de folga”, comentou Fernandes.

Em uma operação realizada no ano passado no período do Carnaval, a Polícia Militar apreendeu 150 pessoas, entre elas adolescentes, no litoral do Paraná. Para Caroline, esses números podem ser explicados pela própria cultura desse tipo de festa. “O Carnaval me parece um feriado da bagunça, entende? Você sai de casa sabendo que vai aprontar ou fazer coisas erradas”, disse a futura geógrafa.

Alternativas

Curitiba sempre teve uma fama – até certo ponto, nacional – de ser um reduto exemplar para que não curte a folia. Festas como o Psycho Carnival, evento de rock e rockabilly que já se transformou em tradição na cidade, e a Zombie Walk, que tem recebido mais espaço no calendário da cidade, atraem grande do público que não aprecia a festividade brasileira.

Mas há também quem prefira um carnaval diferente, com celebrações religiosas. Entre os eventos mais esperados está o Gabaon, promovido pela Renovação Carismático Católica (RCC), que acontece no Bosque São Cristóvão, em Santa Felicidade, entre os dias 1° e 04 de março.

O Teatro Universitário de Curitiba (TUC) também será palco de uma festa cristã, o Carnaval com Jesus: eu sou sal e luz, que acontece no dia 03 de março e conta com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

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