Muita informação sobre sexualidade saudável, cultura da paz e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e aids marcarão, nessa quinta-feira (1º), o Dia Mundial de Luta Contra a Aids em Curitiba. A data será celebrada na Boca Maldita, das 9h às 17h, na tenda montada pela Secretaria Municipal da Saúde.
A programação será especialmente voltada para o público jovem, alvo escolhido pelo Ministério da Saúde para a campanha desse ano. Rodas de conversa, de 50 minutos, e prestação de informações estarão entre as atividades. O Conselho Municipal da Condição Feminina também participará das ações na Boca Maldita.
As rodas de conversa sobre sexualidade serão coordenadas pela psicóloga Luciana Savaris, responsável pelo Programa Adolescente Saudável. O tema prevenção das DST/aids ficará a cargo da enfermeira Dulce Blitzcow, chefe do Centro de Orientação e Aconselhamento (COA).
O tema relacionado à prevenção da violência será conduzido pela médica Hedi Muraro, representante da Secretaria Municipal da Saúde na Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência e coordenadora do programa Mulher de Verdade.
Para quem não tiver tempo de participar das rodas de conversa, haverá entrega de material informativo e de preservativos, indispensáveis em todas as relações sexuais. Depois dessa data, outras informações e exames para diagnóstico de AIDS e DST poderão ser obtidos em qualquer unidade de saúde da Prefeitura.
A aids em Curitiba
Desde o início da notificação da epidemia, em 1984, foram identificados 9.124 casos da doença, sendo 6.287 em homens (68,9%) e 2.837 em mulheres (31,3%). Do total, 187 foram diagnosticados em 2011.
A faixa 25-34 anos lidera em número de casos, somando 3.092 casos, seguida pela faixa 35-44 anos, com 2.393 casos. Há uma tendência de aumento de notificação entre jovens entre 15 e 24 anos. De 25 casos em 2005, o número de notificações saltou para 69 em 2010 e, até outubro desse ano, somava 57 casos.
Em Curitiba, toda a rede de atenção primária – formada por unidades convencionais e de Saúde da Família – realiza exames para diagnosticar a presença do HIV no sangue – o vírus da aids. É o que se chamada descentralização do diagnóstico: qualquer pessoa interessada pode fazer o exame na unidade de saúde mais perto de casa. Em 2010 foram feitos 59,5 mil testes e em 2011, até outubro, cerca de 56 mil.
O teste é um dos exames previstos no pré-natal do programa Mãe Curitibana. A gestante faz o exame no início da gravidez e, depois, repete a testagem na maternidade. Com esses cuidados, a transmissão vertical (da mãe para o bebê) do vírus da aids caiu para 3,8% em 2009. Sem isso, o número de bebês infectados ao nascer poderia ser de até 30% dos filhos de mães soropositivas.
Isso significa que, das 1.351 gestantes soropositivas acompanhadas pelo Mãe Curitibana desde 1999, apenas 48 tiveram seus filhos infectados ao nascer. Sem os cuidados adotados na rotina do pré-natal feito em Curitiba, o número de bebês HIV, poderia oscilar entre 270 e 405.
Programação do dia Mundial de Luta contra a aids:
9h – início das atividades
9h30 – Roda de conversa: Prevenção da violência nas relações afetivas
10h30 – Roda de conversa: Sexualidade na adolescência
11h30 – Roda de conversa: Prevenção da AIDS e DST
13h – Roda de conversa: Prevenção da AIDS e DST
14h – Roda de conversa: Sexualidade na adolescência
15h – Roda de conversa: Prevenção da violência nas relações afetivas
17h – Encerramento
Campanha do Laço Branco
As atividades do Dia Mundial de Luta contra a Aids, na Boca Maldita, coincidem com a programação da Campanha do Laço Branco, pelo fim da violência contra a mulher. São 21 dias de programação, de 20 de novembro a 10 de dezembro. O movimento tem o apoio do Conselho Municipal da Condição Feminina.
No Brasil, a campanha do Laço Branco tem início no dia 20 de novembro, com o Dia Nacional da Consciência Negra, instituído em 1978, que lembra a inserção do negro na sociedade brasileira e sua luta contra a escravidão.
O dia 25 de novembro é outro marco para as pessoas que enfrentam a violência contra as mulheres. Neste dia em 1960, três irmãs dominicanas: Patria, Minerva e Maria Teresa, que lutavam pela liberdade política de seu país, foram brutalmente assassinadas a mando do ditador, quando viajavam para visitar seus maridos na cadeia. Em homenagem a estas valentes irmãs, no dia 25 de novembro se comemora o Dia Internacional de Não Violência Contra a Mulher.
No dia 6 de dezembro é relembrado o massacre de mulheres em Montreal (Canadá), quando 14 estudantes de engenharia da Escola Politécnical foram assassinadas, em sala de aula, por um homem de 25 anos. Foi em 6 de dezembro de 1989. O massacre tornou-se símbolo da injustiça contra as mulheres e inspirou a criação da Campanha do Laço Branco.
A campanha envolve também as comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro. No dia 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data lembra que a violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos.