A Secretaria Municipal de Abastecimento de Curitiba está revendo, desde o início da atual gestão, todos os convênios do programa Armazém da Família com municípios da região metropolitana. O objetivo é sanar uma irregularidade: a lei que cria o Fundo de Abastecimento Alimentar de Curitiba (FAAC) proíbe que o programa gere ônus para o Município de Curitiba, o que vinha ocorrendo, sem que gestões anteriores tomassem providências. A revisão permite regularizar a situação e manter o programa em vários municípios, com benefício para a população.

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Municípios como Campo Magro, Agudos do Sul, Mandirituba e Bocaiúva do Sul renovaram os convênios com Curitiba, absorvendo reajustes relativos ao aumento de custos com transporte de mercadorias, sistema de informática (como link de dados), entre outros custos operacionais.

O secretário municipal de Abastecimento de Curitiba, Aldo Fernando Klein Nunes, informa que esses eram convênios antigos que estavam irregulares, já que, contrariando a lei, geravam custos para Curitiba, o que é proibido por lei. “Realinhamos os custos e vimos que havia itens que não estavam sendo cobrados. Isso é ilegal e imoral. Curitiba pode, e quer, manter esses convênios, desde que a prefeitura conveniada arque com os custos desse programa social”, diz o secretário.

Nunes explica que é vantajoso para os outros municípios que Curitiba faça a compra dos produtos para os Armazéns porque quanto maior a quantidade comprada, melhor a margem de negociação de compra, o que garante preços mais baixos para os usuários.

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Renovação

A prefeitura de Campo Magro acaba de renovar o contrato com Curitiba e, em algumas semanas, terá seus usuários retornando ao sistema. “Temos em nossa cidade muitas pessoas de baixa renda e que sobrevivem de agricultura familiar. Com o convênio podemos beneficiar essas famílias”, afirma o prefeito de Campo Magro, Louvanir Menegusso.

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A Prefeitura de Curitiba tem buscado realizar novos convênios, estimulando que os municípios implantem seus próprios armazéns, por acreditar na força deste programa social.  A Secretaria de Abastecimento de Curitiba mantém o apoio logístico e a transmissão de todo o sistema já montado.

Atualmente há quatro municípios conveniados com unidades próprias: Agudos do Sul, Campina Grande do Sul, Cerro Azul e Fazenda Rio Grande.

O prefeito de Agudos do Sul, Antonio da Luz, ressalta que o convênio tem grande impacto para a população de baixa renda. “É uma parceria do poder público para atender aos menos favorecidos. Tem muita gente que ganha salário mínimo, é aposentado ou está desempregado, e essas pessoas são beneficiadas porque têm uma diferença grande de preço”, disse o prefeito.

Com o carrinho de compras cheio para alimentar uma família de sete pessoas, a auxiliar de serviços gerais Ilda Ribeiro da Silva, atualmente desempregada, comprova na prática a diferença de preço. Ela mora em Campo Magro e há aproximadamente dez anos utiliza mensalmente o Armazém de Santa Felicidade.

Ilda diz que a principal vantagem é que “sai mais barato“ em relação aos mercados convencionais. “Na vila onde moro, com R$ 400,00 dá para contar as sacolas”. Ela calcula quanto gastaria por mês se fosse fazer a mesma compra feita no Armazém da Família: “Sem o convênio, teria que comprar no mercado perto de casa e gastaria de R$ 500,00 a R$ 600,00”, estima a dona de casa.

O motoboy Edemar Ramthum e a esposa Luciana Barbosa Cavalheiro, que moram em Santa Felicidade com os dois filhos menores, também destacam como vantajosos o preço e a qualidade. “É melhor que em outros mercados, é mais em conta. Tem bastante variedade e, se há marcas que desconheço eu experimento”, argumenta a dona de casa. A vantagem de ter acesso a alimentos de qualidade com menor preço foi também o ponto destacado pela dona de casa Lidia Lameki, que mora no Bairro Taboão, próximo do Parque Tanguá: É bem mais barato. “Dá para comprar tudo para o mês”, afirma.