A primeira geada do ano em Curitiba aconteceu na madrugada de ontem. Porém, mesmo com os termômetros marcando 2,8ºC – igualando a temperatura mais baixa do ano, registrada no último dia 7 de julho -o fenômeno foi considerado fraco pelo Instituto Meteorológico Simepar, e passou despercebido por grande parte dos curitibanos. A geada só pôde ser vista logo no início da manhã, em locais específicos, como o Jardim Botânico.
Ela também foi fraca nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), como em São José dos Pinhais, e no norte do estado. Já no sul, sudoeste, oeste e região central foram verificadas ocorrências fortes. União da Vitória (-1ºC) e Guarapuava (-2,8ºC) registraram temperaturas negativas. Em Palmas, que teve a temperatura mais baixa do Estado (-3,5ºC), a Polícia Civil confirmou a morte de Maria Rosalina da Luz Rocha, 71 anos. Ela morreu na madrugada de segunda-feira depois de sofrer uma parada cardíaca causada por uma hipotermia.
Segundo o investigador Roberto Luiz Camargo, a idosa estava desaparecida desde a última quinta-feira. ?Ela sofria de doença mental e foi encontrada no pasto de uma fazenda da região, onde provavelmente se perdeu?, explica Camargo. Maltrajada e calçando chinelos, Maria não resistiu ao frio. A família não havia dado queixa porque, de acordo com o investigador, a idosa costumava fugir e retornar alguns dias depois.
Para essa madrugada continuam previstas geadas, que devem ser mais rigorosas no centro do Estado, atingindo Irati, Castro e Telêmaco Borba. Em Curitiba, a mínima esperada é de 1ºC e a máxima de 14ºC. Em Palmas é esperado frio de -2ºC. ?A partir de quinta-feira (amanhã) o frio diminui. Na sexta está prevista uma elevação mais acentuada de temperatura?, revela o meteorologista do Simepar, Tarcísio Valentin da Costa.
Resgate
Com a queda da temperatura registrada nesta semana, a Central de Resgate Social da Prefeitura de Curitiba tem retirado das ruas diariamente a média de 90 a 100 pessoas. Ontem foram 92. Em outras estações, o número fica entre 40 e 50 pessoas.
Essas pessoas são encaminhadas ao social que registra e avalia os casos e, se necessário, encaminha para o médico de plantão ou para a Unidade de Saúde 24 Horas. A central também oferece higienização (banho, corte de cabelo), roupas limpas, alimentação e albergagem. Quando necessário, eles são encaminhados para atendimento psiquiátrico ou tratamento para dependência de álcool e drogas.
A coordenadora da Central de Resgate, Eliane Miriam Oleski, diz que neste período os próprios moradores de rua buscam ajuda para enfrentar o inverno. ?A procura espontânea sobe 40% nesse período, principalmente em dias de chuva e frio?, conta.
O restante dos albergados chega através de solicitações pelo 156, onde a população informa sobre a existência de pessoas em desabrigo e através da Casa da Acolhida e do Regresso, que atende migrantes. Os moradores de rua também são recolhidos no trabalho de rotina das equipes do Resgate, que percorrem a cidade.