No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, Curitiba pode orgulhar-se de ser uma Biocidade, que aliás é nome do programa lançado em 2007 para reduzir as perdas da biodiversidade no ambiente urbano, compatibilizando desenvolvimento e conservação ambiental. “Curitiba é uma referência mundial nas ações de preservação do meio ambiente. Nos últimos anos, estas ações aumentaram, buscando ainda mais a conscientização e o apoio da população no cuidado com a natureza”, diz o prefeito Beto Richa.
Inédito no país, as ações do Programa Biocidade estão organizadas em projetos que abordam, simultaneamente, questões diversas como a substituição de plantas exóticas invasoras por nativas, educação ambiental, estímulo à preservação de áreas verdes particulares, revitalização de rios e destinação do lixo.
Nova indústria vai reaproveitar o lixo e gerar empregos
Uma nova indústria vem aí para substituir o aterro sanitário da região metropolitana de Curitiba. É o SIPAR – Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos, que vai reciclar, transformar em adubo e em material energético o lixo gerado diariamente pela população de Curitiba e de outros 15 municípios. Com o SIPAR, serão criados entre 100 e 150 empregos diretos. Outros empregos serão gerados em consequência da atração de empreendimentos ligados ao setor de reciclagem. A água e a energia elétrica economizadas com o SIPAR serão suficientes para abastecer o consumo de 600 mil pessoas em um ano.
Grandes geradores de lixo não usam mais o aterro
A Prefeitura de Curitiba vem tomando medidas para diminuir a quantidade de lixo no aterro sanitário da Caximba. Grandes restaurantes e bares, shoppings, supermercados, hotéis e outros estabelecimentos que geram lixo acima de 600 litros por semana, cerca de 30 sacolas de supermercado, não podem mais depositar o material na Caximba.
Esses estabelecimentos foram orientados pela Secretaria do Meio Ambiente a gerenciar melhor o lixo produzido, procurando tratamento alternativo, em outros locais ou então com sistemas de compostagem,por exemplo. O aterro passou a ser usado exclusivamente para atender o lixo domiciliar da população.
Ecocidadão aumenta a renda e melhora vida dos catadores
Organizar os catadores, melhorar as condições de trabalho e aumentar a renda desses trabalhadores informais. É o que está fazendo a Prefeitura de Curitiba por meio do Ecocidadão. Cinco parques de reciclagem e separação foram implantados na cidade e outros 20 estão programados.
Cada parque de reciclagem tem capacidade para atender 100 trabalhadores e são equipados com prensa, balança, empilhadeira e bancadas de separação de materiais. Os espaços têm ainda cozinha e banheiros.
Cidade Limpa orienta a população
Todos os dias, um grupo de 40 agentes de educação ambiental da Prefeitura percorre as ruas de Curitiba para orientar a população sobre separação de lixo e os horários de disposição dos materiais para coleta. É a turma do Cidade Limpa, que em dois anos visitou mais de 100 mil residências, condomínios, estabelecimentos comerciais e de serviços.
Nas visitas, os monitores orientam moradores, síndicos e comerciantes sobre a separação dos resíduos, acondicionamento e horário de disposição para coleta. Todas as visitas são registradas. Os fiscais voltam os mesmos pontos para verificar se as normas estão sendo cumpridas. Caso sejam encontradas irregularidades, os estabelecimentos são notificados e posteriormente multados.
Lixo que Não é Lixo: aumenta separação
Os curitibanos estão separando mais o lixo. A coleta de material reciclável feita pela Prefeitura praticamente dobrou desde 2006, quando foi relançada a campanha de separação. De 32 toneladas diárias, subiu para 62 toneladas em 2008.
Além da separação do lixo para a reciclagem, a Prefeitura de Curitiba começou uma campanha para redução da geração de lixo e do desperdício de materiais. A campanha Reduzir, Reutilizar e Reciclar faz a população refletir sobre os maus hábitos e exageros no consumo.
Óleo de fritura usado também é reciclado
O óleo de fritura usado em Curitiba lugar certo, a reciclagem. A Prefeitura coleta e manda para reciclagem cerca de 2 mil litros de óleo de cozinha usado por mês. Desde março de 2007, quando o serviço de coleta começou a funcionar nos 88 pontos do programa Câmbio Verde e nos 24 terminais de ônibus, mais de 58 mil litros de óleo foram transformados em sabão, detergente, produtos de agropecuária e matéria-prima.
Transporte coletivo melhora para diminuir poluição do ar
O transporte coletivo é um grande aliado dos centros urbanos para diminuir as emissões de poluente no ar e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Quanto mais gente usando ônibus significa menos carros individuais circulando nas ruas. Pensando nisso, a Prefeitura tem investido em melhorias que atraiam cada vez mais passageiros para os ônibus.
As obras contam com novos eixos de transporte público, como a Linha Verde, ligando o Pinheiro ao Centro; uso de biocombustível, renovação da frota de ônibus, reforma dos 21 terminais de ônibus e linhas mais rápidas, como o Ligeirão.
Biocombustível na Linha Verde
Os novos ônibus da Linha Verde, que começaram a rodar em maio, emitem até 60% menos poluentes que os veículos tradicionais. Os articulados têm capacidade de circular com 100% de biocombustíveis, que está sendo testado e será implantado em toda a frota ainda na metade deste ano, assim que acabarem os testes.
Os ônibus foram projetados para Curitiba em parceria da Scania e Marcopolo. A intenção da Urbanização de Curitiba (Urbs) é, futuramente, também reaproveitar o óleo de cozinha usado como biocombustível.
Os ônibus da Linha Verde transportam 32 mil passageiros por dia. O trecho de 10 quilômetros vai do Terminal Pinheirinho, pela Linha Verde, até a Marechal Floriano, seguindo em direção ao Centro.
Mais espaço para bicicletas
Curitiba tem 10 quilômetros de nova ciclovia e projeto para novos trechos. A nova ciclovia fica na Linha Verde, do viaduto do Jardim Botânico até o fim da Linha Verde, no Pinheirinho, e é alternativa para quem quiser usar um modal não poluente. Curitiba tem ainda ciclovias que cortam a cidade interligando parques, bosques e atrações turísticas.
Novos parques e bosques preservam mais o verde
Curitiba tem 27 novos parques e áreas de lazer. Os recém-inaugurados parques Cambuí, no Fazendinha, e Lago Azul, no Umbará, são as novas atrações da região sul da cidade. Dentro do Jardim Botânico, foi construído o Jardim das Sensações, para educação ambiental e uso didático para deficientes visuais. O Bosque Irmã Clementina, no Bairro Alto também é uma novidade.
A Prefeitura criou infra-estrutura de uso público de lazer e de preservação, em diferentes regiões da cidade. Além de mais opções para passeios, essas novas áreas ajudam a conservar ecossistemas e recuperam áreas degradadas. Entre as novas praças, jardinetes, bosques e parques são mais de 200 mil metros quadrados, tamanho similar ao parque São Lourenço, à disposição da população.
Além das 27 novas áreas implantadas, a Prefeitura revitalizou mais de 450 parques, bosques, praças e jardinetes. Alguns transformados em novos, como a praça Tiradentes, Marco Zero da cidade, que ganhou piso de vidro para mostrar as calçadas histórias encontradas durante as obras.
Incentivos criam reservas naturais particulares
Curitiba aprovou em 2007 uma lei municipal que implanta no Brasil um modelo inédito de preservação de áreas naturais urbanas. Além dos incentivos fiscais existentes em outros mecanismos, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal têm o incentivo construtivo para preservar seu bosque nativo.
Proprietários de terrenos com 70% de mata nativa relevante que transformar a área em RPPNM pode transferir o direito de construir naquele local para outro. Esse direito chama-se potencial construtivo, que pode ser aplicado em outra propriedade do dono da RPPNM ou ser vendido a uma construtora, associando o retorno econômico à preservação do meio ambiente.
Curitiba tem duas Reservas Particulares, que juntas preservam 25 mil m2 de área verde. A primeira, criada em 2007, fica na área de preservação do rio Cascatinha, na bacia do Barigüi. No fim de 2008, a cidade ganhou a segunda Reserva Particular, com 17 mil m2, no bairro Campo Comprido, a menos de 10 Km do Centro, também na bacia hidrográfica do rio Barigui.
Viva Barigui vai revitalizar a maior bacia de Curitiba
A Prefeitura começou a despoluir e revitalizar a maior bacia hidrográfica de Curitiba, a do rio Barigui. O Viva Barigui conta um conjunto de ações e obras para reverter situações de degradação da bacia. São medidas imediatas, e de médio e longo para preservação de nascentes, conservação de ambientes naturais ainda existentes e realocação de famílias que moram em ocupações irregulares às margens da bacia.
As ações abrangem desde a entrada do Barigui em Curitiba, até desaguar no rio Iguaçu. No percurso, o Barigui está tendo suas margens recompostas com vegetação nativa.