O auxiliar administrativo Rafael Borchardt de Souza, de 19 anos, percorre há quase seis anos hospitais e postos de saúde de Curitiba para tentar achar uma solução para o seu problema no braço. Ele é portador de uma mal formação congênita com hipotrofia do membro superior esquerdo e deformidade de mão e punho. Depois de fazer uma série de sessões de fisioterapia, Rafael hoje está na fila de espera da UMS Bacacheri e para consulta Ortopedia Geral e Ortopedia/Cirurgia.
O caso é acompanhado pelo departamento de ortopedia do Hospital Infantil Pequeno Príncipe, onde será avaliado e provavelmente saberá se será encaminhado para cirurgia ou não. “O que mais incomoda a mim e minha família é a demora para essas consultas. Além disso, preciso aguardar a consulta que vai me indicar pra cirurgia. Depois, ainda vou ter que esperar o agendamento da cirurgia”, diz. “Um médico já me disse que eu tenho que fazer essa cirurgia o quanto antes, para o resultado dela ser 100% eficaz. Quanto mais demorar, pior, e é difícil ter paciência com toda essa demora’, completa. Se Rafael for mesmo indicado para o procedimento cirúrgico, ele entrará na fila do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMCS) não possuí o número de pessoas que aguardam cirurgias eletivas em Curitiba (aquelas que podem ser agendadas, por não implicarem risco imediato à vida), afirmando que o gerenciamento da fila de espera para cirurgias eletivas é do prestador – o hospital credenciado para a cirurgia. “Compete ao médico assistente priorizar o paciente na fila, de acordo com a necessidade clínica”, afirma Olga Regina Cotovicz de Castro Deus, do Centro de Controle, Avaliação e Auditoria da SMCS.
Mas para se ter noção do tamanho da demanda, entre outubro de 2010 e setembro de 2011 número de procedimentos cirúrgicos realizados pelo SUS em Curitiba chegou a 85.757.
“Temos uma grande demanda pelo fato de Curitiba ser referência estadual para Alta Complexidade e também para Média Complexidade para a Macrorregião”, revela.